Discípulos Enviados com o Coração do Bom Pastor
- escritorhoa
- há 7 dias
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Liturgia Diária:
Dia 06/12/2025 – Sábado
Evangelho: Mateus 9,35–10,1.6-8
“Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Ao ver as multidões, compadeceu-Se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Então disse aos Seus discípulos: ‘A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe que envie trabalhadores para Sua colheita.’ Chamando os doze discípulos, deu-lhes autoridade para expulsar espíritos impuros e curar toda enfermidade e doença. (…) ‘Ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel. Em vosso caminho, proclamai: O Reino dos céus está próximo. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, dai de graça.’”

Reflexão
O Evangelho de hoje apresenta a compaixão de Jesus diante das multidões e o início da missão apostólica. O sentido literal mostra Cristo percorrendo cidades e aldeias, anunciando o Reino e curando enfermidades. Seu olhar sobre as multidões revela profundo amor pastoral: vê pessoas cansadas e abatidas, carentes de direção. São Gregório Magno comenta que “o coração do verdadeiro pastor se consome pelos outros” (Homiliae in Evangelia, 17). Assim, o movimento missionário nasce do coração compassivo de Cristo.
Em seguida, Jesus afirma que a messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Convida os discípulos a rezar pedindo operários, e, imediatamente depois, faz deles os primeiros enviados. Aqui aparece o sentido alegórico: a Igreja é chamada a continuar a obra de Cristo, proclamando o Reino e curando as feridas da humanidade. O Catecismo ensina que a missão dos apóstolos estende-se através dos tempos na missão dos sucessores (CIC 857).
Moralmente, o Evangelho nos chama a reconhecer nossa responsabilidade missionária. Jesus concede autoridade aos discípulos para curar, purificar e libertar, não como poder humano, mas como participação na Sua própria missão. Receber e dar de graça implica viver a caridade como dom oferecido sem interesse pessoal. Santo Agostinho ensina que “o amor que recebemos de Cristo deve ser derramado sobre os irmãos” (De doctrina christiana, I, 36).
O envio às ovelhas perdidas da casa de Israel mostra que a missão começa perto, com aqueles que já fazem parte do povo de Deus, mas que precisam ser reconduzidos. De modo anagógico, a imagem da messe aponta para o juízo final, quando Deus recolherá o fruto de todas as obras dos fiéis. Enquanto caminhamos, somos chamados a colaborar na construção do Reino que se aproxima.
Este Evangelho recorda que a compaixão de Cristo não é sentimento passivo, mas impulso ativo que envia, cura e transforma. Ele olha nossas feridas e, ao mesmo tempo, nos chama a cuidar das feridas dos outros. A missão nasce de um encontro fecundo: receber de Cristo e oferecer Cristo.
Assim, somos convidados a permitir que o coração do Bom Pastor modele nosso olhar e nossas ações, tornando-nos trabalhadores generosos na messe do Senhor.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
Tenho deixado que a compaixão de Cristo modele meu olhar para as pessoas?
De que forma posso responder hoje ao chamado missionário que recebi no Batismo?
O que Deus me concedeu gratuitamente e que posso agora oferecer aos irmãos com generosidade?
Mensagem Final
Jesus nos chama a servir com a compaixão do Bom Pastor. Ele cura, acolhe e envia, convidando-nos a participar de Sua missão. A messe é grande, e o mundo espera nosso testemunho. Que hoje acolhamos a graça recebida e a entreguemos generosamente. Caminhemos com coragem, anunciando o Reino e levando cura, esperança e luz a todos que Deus colocar em nosso caminho.




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