O amor que guarda e a paz que permanece
- escritorhoa
- há 4 dias
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Liturgia Diária:
Dia 25/05/2025 - Domingo
Evangelho: João 14,23-29
Disse Jesus: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou. Disse-vos essas coisas enquanto estou convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize. Ouvistes que eu vos disse: 'Vou, mas voltarei a vós'. Se me amásseis, vos alegraríeis porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais."
Reflexão sobre o Evangelho:
Neste discurso de despedida, Jesus revela o coração da vida cristã: o amor que se traduz em fidelidade à sua Palavra. Amar a Cristo não é um sentimento fugaz, mas uma decisão perseverante de guardar seus ensinamentos. O verbo "guardar" implica zelo, memória ativa, disposição interior. É nesse amor obediente que Deus faz morada no coração do fiel.
"Faremos nele a nossa morada": esta promessa ecoa a habitação divina no templo, mas agora realizada no interior do homem redimido. O cristão torna-se templo da Trindade, lugar sagrado onde Deus permanece. Santo Hilário de Poitiers afirma: "A morada de Deus no homem é o fruto da caridade que se alimenta da verdade" (De Trinitate, VIII).
Jesus também prepara seus discípulos para a sua partida: Ele não os deixará órfãos, mas enviá-los-á o Espírito Santo. O Paráclito será mestre interior e memória viva, conduzindo a Igreja à plena compreensão da verdade. É promessa de continuidade e unidade: o mesmo Espírito que inspirou a Palavra, a manterá viva no coração da Igreja.
Em meio à despedida, Jesus oferece o dom da paz. “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”. Esta não é a paz do mundo, marcada por condições externas e frágeis, mas é a paz reconciliadora, fruto da presença divina. Como ensina o Catecismo: "A paz é obra da justiça e efeito da caridade" (CIC, n. 2304).
Ao antecipar sua ida ao Pai, Jesus prepara os corações para a esperança. "Se me amásseis, vos alegraríeis". A ascensão não é perda, mas glorificação. O verdadeiro amor não se entristece na partida do Amado, mas se rejubila por sua exaltação. A paz prometida é, pois, firmeza na fé, certeza na esperança e permanência no amor.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Tenho demonstrado meu amor por Jesus guardando fielmente sua Palavra?
2. Estou aberto ao ensinamento do Espírito Santo em minha vida cotidiana?
3. Que tipo de paz busco? A superficial do mundo ou a duradoura de Cristo?
Reflexão sobre as Leituras do Dia:
Primeira Leitura: Atos 15,1-2.22-29
Salmo: 66(67),2-3.5.6 e 8 (R. 4)
Segunda Leitura: Apocalipse 21,10-14.22-23
Evangelho: João 14,23-29
As leituras deste domingo revelam a ação unificadora e pacificadora de Deus. Em Atos, a Igreja discerne com sabedoria e sob a luz do Espírito, evitando imposições e promovendo a comunhão. O salmista pede que todos os povos conheçam o caminho de Deus e sua salvação. A visão do Apocalipse mostra a nova Jerusalém: sem templo, pois Deus e o Cordeiro são a luz. No Evangelho, Jesus promete a paz e a presença do Paráclito, revelando que a verdadeira morada de Deus é o coração de quem o ama. Assim se manifesta a glória do Ressuscitado: na paz, no amor e na unidade.
Mensagem Final:
O amor autêntico guarda a Palavra de Cristo e torna o coração morada da Trindade. Jesus nos promete paz, não como o mundo oferece, mas como dom duradouro de sua presença. Deixemo-nos conduzir pelo Espírito, para viver na alegria do Evangelho, firmes na esperança, prontos a testemunhar a glória de Deus no amor vivido.
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