A Palavra que Transforma os Corações
- escritorhoa
- 23 de jul.
- 2 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 23/07/2025 - Quarta-feira
Evangelho: Mateus 13,1-9
Naquele dia, saindo Jesus de casa, sentou-se à beira do mar. Reuniu-se junto dele uma grande multidão, de modo que ele entrou numa barca e sentou-se, enquanto todo o povo ficava na praia. E ele lhes falou muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu a semear. E enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. Outras caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra, e logo brotaram, pois a terra não era profunda. Mas, ao surgir o sol, foram queimadas e, como não tinham raiz, secaram. Outras caíram entre os espinhos, e os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em boa terra e deram fruto: umas cem, outras sessenta e outras trinta vezes mais. Quem tem ouvidos, ouça!”

Reflexão:
A parábola do semeador, com a qual se inicia o capítulo das parábolas em Mateus, é uma síntese do mistério da acolhida da Palavra de Deus. O semeador é Cristo, cuja missão é lançar generosamente a semente do Reino no terreno da humanidade. A Palavra, contudo, não age magicamente: ela exige liberdade, disposição e perseverança da parte do ouvinte.
Santo Agostinho comenta: “A mesma semente é lançada, mas os terrenos são diferentes. O fruto depende do tipo de terra, isto é, da disposição do coração” (Sermão 73,4). Com isso, compreendemos que a eficácia da Palavra está ligada à nossa abertura interior. O terreno da beira do caminho representa aqueles que escutam superficialmente; o pedregoso, os que se alegram momentaneamente, mas desistem diante das provações; entre espinhos estão os que são sufocados pelas preocupações e seduções do mundo. Já a boa terra representa os que acolhem com fé, perseveram e produzem frutos abundantes.
São João Crisóstomo observa: “O Senhor não diz que o semeador erra, mas que ele lança a semente em todos os terrenos, mostrando sua generosidade. Assim age Deus: oferece sua graça a todos” (Hom. in Matth. 44). A parábola, portanto, revela tanto a bondade do semeador quanto a responsabilidade do ouvinte.
No sentido moral, essa passagem nos chama à vigilância interior: como temos preparado nosso coração para receber a Palavra? No sentido alegórico, a semente é o próprio Cristo, que deve ser acolhido, germinado e vivido. No anagógico, ela aponta para a colheita final, quando Deus recolherá os frutos de nossas escolhas.
O Catecismo ensina que “a Palavra de Deus é semente de vida e alimento para a alma” (CIC, §131). A liturgia é o espaço privilegiado onde a Palavra é semeada em nossas vidas. Cabe-nos escutá-la com fé e permitir que ela transforme nossa existência.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Meu coração tem sido uma boa terra ou um solo endurecido pela rotina?
2. Tenho deixado as preocupações sufocarem a Palavra de Deus em minha vida?
3. Que frutos concretos a Palavra tem produzido em mim e através de mim?
Mensagem Final:
A Palavra de Deus é viva, fecunda e eficaz, mas seu fruto depende da disposição do nosso coração. Que o Espírito Santo nos conceda um solo fértil, purificado pelas virtudes e pela oração, para que a semente do Evangelho produza em nós frutos de santidade, perseverança e testemunho no mundo, para a glória de Deus.




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