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“Eis a tua Mãe”: a Igreja aos pés da cruz

Atualizado: 20 de set.

Liturgia Diária:

Dia 15/09/2025 - segunda-feira


Evangelho: João 19,25–27

Tradução própria

Junto à cruz de Jesus estavam sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena.

Quando Jesus viu sua Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à Mãe: “Mulher, eis o teu filho!”. Depois disse ao discípulo: “Eis a tua Mãe!”. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.

Crucificação: aos pés da cruz, Maria, o discípulo amado e Madalena; Jesus confia sua Mãe ao discípulo — Jo 19,25-27, arte sacra 16:9.

Reflexão:

À beira da cruz, Jesus entrega sua Mãe ao discípulo e o discípulo à Mãe. No sentido literal, João apresenta o testamento do Senhor: “Eis o teu filho… eis a tua mãe”. O discípulo amado representa a comunidade que permanece junto de Jesus até o fim e, por isso, acolhe Maria “desde aquela hora” em sua casa e vida. A entrega nasce do amor obediente do Crucificado.

No sentido alegórico, Maria figura a Filha de Sião e a Igreja nascente; sua maternidade torna-se universal porque participa intimamente da missão do Filho. O Catecismo ensina que, associada ao sacrifício de Cristo, Maria tornou-se nossa Mãe na ordem da graça, continuando desde então a cuidar dos irmãos do seu Filho (CIC 964; 969; 2677).

No sentido moral, o discípulo aprende duas atitudes: permanecer e acolher. Permanecer ao pé da cruz é manter a fé quando tudo escurece; acolher Maria é receber na casa interior aquela que conduz a Jesus. Tal acolhida é concreta: oração do Rosário, escuta da Palavra, vida sacramental, caridade que sustenta os sofridos e compaixão que se torna serviço perseverante.

Santo Agostinho nota que Jesus, ao confiar a Mãe ao discípulo, “recomendou a caridade” e revelou a adoção que a cruz inaugura (Agostinho, Tract. in Io., 119; cf. São Tomás, Catena Aurea, Jo 19,25–27). Assim, a maternidade espiritual de Maria não diminui a mediação única de Cristo, mas dela depende e a manifesta como fonte (CIC 970).

No sentido anagógico, a presença de Maria junto à cruz antecipa a esposa junto do Cordeiro e a consolação escatológica prometida aos que choram. A casa do discípulo torna‑se imagem da Jerusalém de cima: lugar de comunhão, intercessão e esperança. Ao tomá‑la consigo, a Igreja aprende a perseverar no amor, a guardar os mandamentos e a gerar Cristo no coração dos fiéis.

Hoje, celebremos a Mãe Dolorosa acolhendo seu cuidado materno. Entreguemos-lhe nossas famílias, doentes e enlutados. Com ela, permaneçamos sob a Palavra, participemos da Eucaristia com fé e unamos nossas dores ao sacrifício de Cristo pelos pecadores (CIC 618). E, como o discípulo amado, levemo-la “para o que é nosso”: casa, trabalho, decisões; ali, o Crucificado fará novas todas as coisas. Nela, a esperança não desmaia; aprende a permanecer, a crer e a amar quando a espada atravessa a alma (cf. Lc 2,35). Com Maria, permaneçamos de pé, firmes na fé, até que a Páscoa transforme nossas feridas em louvor perene.


Pensamentos para Reflexão Pessoal:

1. Como acolho Maria “em minha casa”, deixando que ela me conduza mais a Cristo?

2. Que dor concreta desejo unir hoje ao sacrifício do Senhor pela salvação dos irmãos?

3. De que modos posso assistir com caridade quem vive aos pés de alguma cruz?


Mensagem Final:

Junto da cruz, Jesus nos dá Maria por Mãe. Acolha-a “em sua casa”: reze o Rosário, escute a Palavra, una dores à Eucaristia, sirva os que sofrem. Como o discípulo amado, permaneça de pé com fé. Com Maria, confie, persevere e ame, até que Cristo transforme feridas em esperança viva. Hoje, ofereça sua família, trabalho e lutas à materna proteção.

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