Escutar e seguir: o caminho seguro das ovelhas do Bom Pastor
- escritorhoa
- 11 de mai.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 11/05/2025 - Domingo
Evangelho: João 10,27-30
As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão, e ninguém as arrancará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. Eu e o Pai somos um.
Reflexão sobre o Evangelho:
Neste breve e profundo trecho do Evangelho de João, encontramos uma das mais ternas e poderosas autodeclarações de Jesus: Ele é o Pastor verdadeiro, cuja voz é reconhecida pelas suas ovelhas. Trata-se de uma revelação que toca diretamente a identidade do cristão: ser ovelha de Cristo é escutar sua voz e segui-lo.
O verbo "escutar" é central na espiritualidade bíblica. Escutar, no sentido hebraico (shâma), implica obedecer, acolher e colocar em prática. Por isso, quem verdadeiramente escuta Jesus se torna seu discípulo, reconhece sua Palavra como vida, e não como peso. Santo Gregório Magno ensina: "As ovelhas do Senhor seguem-no porque ouvem interiormente a voz do amor" (Hom. in Evang. 14).
Ao afirmar que conhece suas ovelhas, Jesus revela uma relação pessoal, íntima e indissolúvel. Conhecer, aqui, é mais do que um saber superficial: é amar e guardar, à semelhança do pastoreio divino que se compromete com cada vida. A promessa é suprema: dar-lhes a vida eterna. Esta vida não é um bem futuro apenas, mas começa agora, como comunhão com Deus, plenitude de sentido.
“Elas jamais perecerão”: em tempos de tantas ameaças ao espírito e à verdade, essa garantia conforta. Jesus oferece segurança: ninguém pode arrancar suas ovelhas de sua mão, nem do Pai. O gesto de "tomar na mão" remete ao cuidado e proteção divinos. É o mesmo Deus que, segundo Isaías, carrega os cordeiros no colo (cf. Is 40,11).
A declaração final — “Eu e o Pai somos um” — é uma das mais elevadas afirmações cristológicas. Testemunha a unidade de natureza entre Jesus e o Pai, fundamento da fé trinitária. Por isso, o seguimento de Cristo não é uma mera adesão moral, mas a entrada em relação com a própria vida divina. O Catecismo da Igreja afirma: “Cristo é o Filho eterno de Deus feito homem; não é apenas um enviado” (cf. CIC, n. 590).
Assim, ser ovelha do Bom Pastor é escutar, seguir, permanecer. É viver da certeza de ser conhecido, amado, guardado e conduzido por Aquele que é um com o Pai.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Tenho escutado com fidelidade a voz de Jesus, distinguindo-a entre tantas outras?
2. De que forma posso seguir com mais confiança o Bom Pastor no meu dia a dia?
3. Minha relação com Deus reflete a segurança de quem se sabe amado e protegido por Ele?
Reflexão sobre as Leituras do Dia:
Primeira Leitura: Atos 13,14.43-52
Salmo: 99(100),2.3.5 (R. 3ac)
Segunda Leitura: Apocalipse 7,9.14b-17
Evangelho: João 10,27-30
A Liturgia deste domingo nos apresenta a figura do Cristo como o Pastor que conduz seu rebanho com amor e firmeza. Em Atos, vemos Paulo e Barnabé perseverando na pregação, apesar da rejeição, enquanto os gentios se alegram por serem acolhidos no rebanho de Deus. O Salmo exalta com alegria a pertença a este Deus Pastor, reconhecendo-O como Criador e Bom. No Apocalipse, as ovelhas redimidas são acolhidas na visão celestial e guiadas pelo Cordeiro. O Evangelho, com palavras breves e densas, confirma: Cristo nos conhece, nos guarda, e não há força maior que seu amor. Esta é a alegria pascal: não estamos sozinhos, somos do Senhor.
Mensagem Final:
Jesus, o Bom Pastor, nos chama a escutar sua voz com atenção e segui-lo com confiança. Sua promessa é vida eterna, segurança em suas mãos e união com o Pai. Acolhamos essa certeza no coração e caminhemos com alegria como suas ovelhas amadas, sustentadas por um amor que jamais falha: o amor divino.
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