Genealogia e Emanuel: a fidelidade de Deus em nossa história
- escritorhoa
- 8 de set.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 08/09/2025 - segunda-feira
Evangelho: Mateus 1,1–16.18–23
Tradução própria
Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.
Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos; Judá gerou Farés e Zara, de Tamar; Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; Aram gerou Aminadabe; Aminadabe gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; Salmon gerou Booz, de Raab; Booz gerou Obed, de Rute; Obed gerou Jessé; Jessé gerou o rei Davi.
Davi gerou Salomão, daquela que fora de Urias; Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Uzias; Uzias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amom; Amom gerou Josias; Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio da Babilônia.
Depois do exílio da Babilônia: Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; Zorobabel gerou Abiúde; Abiúde gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; Azor gerou Sadoque; Sadoque gerou Aquim; Aquim gerou Eliúde; Eliúde gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó; Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.
Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de coabitarem, achou-se grávida por obra do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo difamá-la, resolveu deixá-la em segredo.
Enquanto lhe ocorria isso, eis que um anjo do Senhor apareceu-lhe em sonho e disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua esposa, porque o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos pecados”.
Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e chamarão o seu nome Emanuel”, que traduzido significa: Deus conosco.

Reflexão:
Hoje celebramos o nascimento de Maria, aurora da salvação; o Evangelho apresenta a genealogia de Jesus e o anúncio do “Deus conosco”. No sentido literal, Mateus mostra a fidelidade de Deus que conduz a história, do juramento a Abraão à promessa feita a Davi, até Jesus, o Cristo. A concepção virginal revela a origem divina do Filho: Maria concebe por obra do Espírito; José, “justo”, obedece ao anjo e acolhe a missão paterna de dar o nome e proteger o Menino. Assim se cumpre Isaías: o Emanuel é o próprio Deus que visita o seu povo (Mt 1,23).
No sentido alegórico, Maria é a Filha de Sião na qual a antiga aliança floresce; sua maternidade virginal inaugura a nova criação. José figura o Israel fiel que, iluminado pela Palavra, recebe o Messias e o apresenta ao mundo. A genealogia, com santos e pecadores, proclama que Cristo recapitula e redime a história, elevando-a pela graça; nela resplandece a Igreja, chamada a gerar Cristo nos corações pela fé e pelos sacramentos.
No sentido moral, aprendemos com José a unir justiça e misericórdia: não expõe Maria, discerne, escuta e faz exatamente como lhe foi dito. A santidade madura nasce da obediência concreta, do silêncio orante e da pureza do coração. Da genealogia recebemos esperança: ninguém está fora do alcance da graça; passado, feridas e fracassos tornam-se matéria para a providência. Honremos a virgindade fecunda de Maria com castidade, fidelidade no matrimônio, cuidado da vida nascente e amor pela família.
No sentido anagógico, o nome Emanuel abre-nos à comunhão futura, quando Deus será tudo em todos. Na liturgia, já saboreamos essa presença: Cristo está conosco na Palavra e na Eucaristia; por Maria, Deus aproxima-se com ternura. A memória de seu nascimento é penhor de alegria: nasce a Mãe, aproxima-se o Salvador. Peçamos a graça de começar de novo, escrever uma história nova em Cristo e, como José, levantar-nos para cumprir a vontade do Pai.
O Catecismo confirma: Jesus é concebido do Espírito Santo no seio da Virgem (CIC 496–497); Maria é verdadeiramente Mãe de Deus e tipo da Igreja (CIC 495; 507); em Jesus cumpre-se a esperança messiânica de Emanuel (CIC 437). São Tomás recolhe que José protege a dignidade de Maria e o mistério de Cristo (Catena Aurea, Mt 1). Santo Agostinho ensina: a fé que gerou Cristo em Maria deve gerá-lo em nós (Sermões, 51). Hoje, confiemos à Mãe nosso caminho inteiro.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Como a genealogia de Jesus me devolve esperança sobre minha própria história?
2. Que gesto concreto de obediência, à maneira de São José, posso realizar hoje?
3. De que modo acolherei o Emanuel na Eucaristia e na vida familiar esta semana?
Mensagem Final:
Em Maria, aurora da salvação, Deus aproxima-se de nós. A genealogia revela a fidelidade do Pai; em José, aprendemos obediência confiante. O Emanuel permanece na Palavra e na Eucaristia. Celebremos, com pureza e caridade, a presença do Filho. Peçamos à Mãe um coração disponível, para gerar Cristo nas escolhas diárias e servir com alegria. Hoje, perseveremos na fé e esperança.
Comentários