Levantai a Cabeça: A Esperança que Vence o Medo
- escritorhoa
- 27 de nov.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 27/11/2025 – Quinta-feira
Evangelho: Lucas 21,20–28
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei que está próxima a sua destruição. Então, os que estiverem na Judeia fujam para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade afastem-se, e os que estiverem no campo não entrem nela. Pois esses dias serão de vingança, para que se cumpra tudo o que está escrito. Ai das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias! Pois haverá grande aflição na terra e ira contra este povo. Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as nações. Jerusalém será pisada pelos pagãos, até que se completem os tempos das nações. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com medo do bramido do mar e das ondas. Os homens desmaiarão de medo, na expectativa do que vai acontecer ao mundo, pois as forças do céu serão abaladas. Então, verão o Filho do Homem vindo numa nuvem, com grande poder e glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.”

Reflexão:
Jesus anuncia a destruição de Jerusalém e, ao mesmo tempo, revela o sentido espiritual da história humana: tudo caminha para o encontro com o Senhor que vem em glória. As palavras de advertência não visam causar pavor, mas preparar o coração dos discípulos para perseverar na fé. A destruição da cidade santa prefigura o juízo final, quando cada homem será confrontado com a verdade. Santo Agostinho ensina: “A ruína de Jerusalém foi imagem do fim dos tempos; e o que se cumpriu nela é sinal do que se cumprirá no mundo” (De Civitate Dei, XX).
A profecia de Jesus fala de guerras, catástrofes e angústias. Esses sinais, no entanto, não são o fim, mas o prelúdio da libertação. O medo domina os corações quando se perde o olhar da fé. Cristo convida seus discípulos a manterem-se de pé: “Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.” O cristão vive na esperança firme de que Deus conduz a história, mesmo quando tudo parece desabar. A fé é o antídoto contra o desespero. Como afirma o Catecismo (CIC, 671): “O Reino de Cristo já está presente em seu mistério, mas ainda não plenamente realizado com poder e glória.”
Os sinais cósmicos expressam a instabilidade das coisas criadas diante da manifestação da glória divina. Mas para os que creem, o fim não é destruição, e sim cumprimento. Cristo é o Senhor do tempo e da história, e nada escapa ao seu domínio. Sua vinda gloriosa será a manifestação da vitória do amor sobre o pecado e a morte. São Gregório Magno comenta: “Quando o Senhor vier, não haverá temor para os justos, mas alegria, porque o que esperavam se tornará presente” (Hom. in Ev., I).
Assim, o Evangelho de hoje é chamado à vigilância confiante. Mesmo em meio às tempestades do mundo, o discípulo ergue a cabeça, certo de que o Senhor virá. A esperança cristã não ignora o sofrimento, mas vê nele o caminho que conduz à redenção. Cristo é a nossa libertação: quem vive n’Ele não teme o futuro, mas aguarda com amor o dia de sua vinda.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
Tenho vivido o tempo presente com o olhar voltado para a vinda de Cristo?
Diante do medo e das incertezas, minha fé me faz permanecer firme e confiante?
Como posso testemunhar esperança num mundo marcado pela angústia e pelo medo?
Mensagem Final:
O cristão não vive curvado pelo medo, mas de pé, com o olhar voltado para Cristo. Quando o mundo treme, a fé o sustenta. “Levantai-vos e erguei a cabeça”, diz o Senhor — a libertação está próxima. Que nossa esperança seja firme e nossa confiança plena no Deus que vem restaurar todas as coisas em sua glória.
Leitura Complementar:
Para aprofundar na devoção à Nossa Senhora das Graças, Leia nosso artigo: Nossa Senhora das Graças e a Medalha Milagrosa
