Morada de Deus no Coração que Ama
- escritorhoa
- há 4 horas
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Liturgia Diária:
Dia 19/05/2025 - Segunda-feira
Evangelho: João 14,21-26
“Quem tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele.” Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: “Senhor, por que há de manifestar-te a nós e não ao mundo?” Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras. A palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que me enviou. Estas coisas vos tenho dito enquanto permaneço convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse.”

Reflexão:
Neste Evangelho, Nosso Senhor revela o coração da vida cristã: o amor obediente. "Quem tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama" (Jo 14,21). Amor e obediência não são conceitos opostos; ao contrário, como ensina São Gregório Magno, “amar verdadeiramente a Deus é nunca desobedecer à sua vontade” (Hom. in Evangelia, II, 27). O amor que professamos precisa traduzir-se em obras.
O Senhor promete: “Viremos a ele e faremos nele morada” (Jo 14,23). Esta expressão, riquíssima, indica a vida da graça. Deus Trindade habita a alma em estado de graça santificante (cf. Catecismo da Igreja Católica, nº 260). Santo Agostinho reflete: “Deus não habita onde não reina o amor” (In Ioannis Evangelium, Tract. 76, 4).
Judas (não o Iscariotes) pergunta por que Cristo não se manifestará ao mundo. Jesus responde mostrando que a manifestação é interior: àquele que ama. Trata-se de uma revelação espiritual, reservada àqueles que acolhem a Palavra.
A promessa do Paráclito é consolo para a Igreja. O Espírito Santo ensinará e recordará tudo o que Cristo ensinou (Jo 14,26). Santo Tomás de Aquino afirma que o Espírito "aperfeiçoa a inteligência iluminando-a" (Summa Theologiae, I, q. 43, a. 5). A memória e o entendimento das verdades divinas dependem dessa assistência divina.
O sentido literal deste Evangelho revela a condição para a amizade divina: a guarda amorosa dos mandamentos. Alegoricamente, fala da Igreja, habitada por Deus. Moralmente, ensina a necessidade da fidelidade cotidiana. Anagogicamente, prefigura a plena união com Deus na vida eterna.
Nossa vocação é ser templo vivo da Trindade. Observar os mandamentos não é peso, mas expressão de amor. "A caridade de Deus foi derramada em nossos corações pelo Espírito Santo" (Rm 5,5), ensina São Paulo. Portanto, guardemos a Palavra com alegria.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Tenho obedecido aos mandamentos de Deus como expressão concreta do meu amor?
2. Como posso cultivar melhor a presença do Espírito Santo no meu dia a dia?
3. Estou atento à voz de Deus que me ensina e recorda o que é verdadeiro?
Mensagem Final:
O Evangelho de hoje convida-nos a viver o amor a Deus de forma concreta: guardando seus mandamentos. Quando amamos de verdade, a Santíssima Trindade faz morada em nós. Confiemos na ação do Espírito Santo, que nos ensina e fortalece. Sejamos templos vivos do Senhor, irradiando sua luz no mundo com fé, esperança e caridade.
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