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O Coração que busca, acolhe e se alegra

Liturgia Diária:

Dia 27/06/2025 - Sexta-feira


Evangelho: Lucas 15,3-7

“Então Jesus lhes contou esta parábola: ‘Quem de vós, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás da que se perdeu até encontrá-la? E quando a encontra, põe-na sobre os ombros com alegria. E ao chegar em casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque encontrei minha ovelha que estava perdida! Digo-vos que, assim haverá mais alegria no céu por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão.’”

Jesus carrega nos ombros a ovelha perdida, com seu Coração visível em chamas de amor, caminhando em meio a rochedos com ternura.

Reflexão sobre o Evangelho:

Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, contemplamos o amor divino encarnado, expresso de maneira comovente nesta parábola da ovelha perdida. Este pequeno trecho do Evangelho de Lucas é como uma janela para o coração de Cristo: um coração que sente compaixão, que vai ao encontro do pecador e se alegra profundamente com sua volta.

O Bom Pastor que abandona as noventa e nove para buscar a ovelha extraviada revela um amor pessoal e incansável. A lógica de Deus não é quantitativa, mas qualitativa. Cada alma tem um valor infinito, pois foi resgatada pelo sangue de Cristo. Como ensina São Gregório Magno, “o Pastor celeste deixou as noventa e nove no monte, ou seja, os anjos, e desceu à terra para buscar a ovelha perdida, a humanidade caída” (Hom. in Evang. 34,3).

Jesus não apenas busca, mas carrega nos ombros a ovelha recuperada. Esse gesto é símbolo do peso do pecado assumido por Ele na cruz, e da ternura com que acolhe os que se arrependem. É o Coração que sofre, mas não se cansa de amar.

No sentido moral, essa parábola é um chamado à conversão e à confiança na misericórdia. O pecador arrependido é celebrado, não rejeitado. O Catecismo declara: “Jesus revela o amor do Pai em sua infinita misericórdia para com os pecadores” (CIC, §1439). Não há pecado que supere a força redentora do Sagrado Coração.

No plano anagógico, a alegria no céu pela conversão de um só pecador antecipa a festa eterna dos salvos. O Céu não é lugar de méritos frios, mas de reencontros ardentes de amor. O Coração de Jesus nos quer com Ele, e não repousa enquanto não nos traz de volta.

A Solenidade de hoje nos convida a mergulhar na contemplação desse amor fiel, ferido, mas incansável. É também um apelo à missão: somos chamados a amar como Ele ama, a buscar os que se afastaram, a alegrar-nos com a conversão dos irmãos.


Pensamentos para Reflexão Pessoal:

1. Tenho confiado na misericórdia do Coração de Jesus ou me deixo abater pela culpa?

2. Como posso colaborar com Cristo na missão de buscar os que se perderam?

3. Minha vida testemunha a alegria do amor misericordioso de Deus?


Reflexão sobre as Leituras do Dia:

  • Primeira Leitura: Ezequiel 34,11-16

  • Salmo: 22(23),1-3a.3b-4.5.6 (R. 1)

  • Segunda Leitura: Romanos 5,5b-11

  • Evangelho: Lucas 15,3-7

As leituras desta Solenidade convergem para a revelação de um Deus pastor, amante e redentor. Em Ezequiel, o Senhor promete: “Eu mesmo buscarei minhas ovelhas e cuidarei delas” (Ez 34,11), antecipando o mistério do Coração de Jesus, que é o cumprimento pleno dessa promessa. Deus não delega seu amor: Ele mesmo desce para salvar, curar e alimentar. É o Pastor que conhece pelo nome e que jamais abandona.

O Salmo 22(23) ecoa essa confiança filial: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará”. A imagem do pastor que guia, consola e sustenta reflete o cuidado incessante do Coração de Cristo. Cada versículo é uma confissão de fé na providência amorosa de Deus, que nos acompanha em todos os vales da vida.

Em Romanos, São Paulo aprofunda esse mistério: “Deus prova seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós, quando ainda éramos pecadores” (Rm 5,8). O amor de Deus não é resposta, mas iniciativa. É gratuito, redentor, e nos reconcilia quando ainda não o buscávamos. Esse é o coração transpassado na cruz, de onde jorram sangue e água — vida e purificação para a Igreja.

O Evangelho de Lucas mostra esse amor em ação. O Bom Pastor não se conforma com a perda de uma só ovelha. Ele busca, encontra, carrega nos ombros e convoca a alegria da comunidade. A parábola expressa a lógica divina da misericórdia: a conversão de um pecador gera festa no céu. A solenidade do Sagrado Coração é, assim, celebração desse amor divino que se move por cada alma, que não desiste de ninguém e cuja alegria é ver o filho perdido de volta ao lar.


Mensagem Final:

O Sagrado Coração de Jesus nos revela um amor que busca, cura e se alegra com a conversão. Nele encontramos repouso, força e misericórdia sem fim. Celebremos este Coração transpassado por nós, deixando-nos transformar e conduzindo outros a Ele. Que vivamos como testemunhas da ternura divina em um mundo sedento de compaixão e verdade.

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