O Pão Partilhado e a Compaixão de Deus
- escritorhoa
- 4 de ago.
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Liturgia Diária:
Dia 04/08/2025 - Segunda-feira
Evangelho: Mateus 14,13-21
"Ao ouvir isso, Jesus retirou-se dali, de barco, para um lugar deserto, afastado. Quando as multidões souberam, seguiram-no a pé desde as cidades. Ao sair, viu uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou seus doentes. Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se e disseram: 'Este lugar é deserto e a hora já passou. Despede as multidões para que possam ir aos povoados comprar comida'. Jesus, porém, disse: 'Não precisam ir embora; dai-lhes vós mesmos de comer'. Eles responderam: 'Aqui não temos mais que cinco pães e dois peixes'. Ele disse: 'Trazei-os aqui'. Ordenou que a multidão se sentasse na grama. Tomando os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos, e os discípulos às multidões. Todos comeram e ficaram saciados; e recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram. Os que comeram foram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças."

Reflexão:
O milagre da multiplicação dos pães revela a imensa compaixão de Jesus e sua atenção às necessidades humanas. Mesmo buscando um momento de retiro, Ele se comove diante da multidão e a acolhe, curando os doentes e alimentando os famintos. O Senhor, pleno de misericórdia, não permanece indiferente à fome material e espiritual do seu povo.
O Catecismo afirma que "os milagres de Jesus são sinais do Reino de Deus" (CIC 547). Nesta cena, o Senhor antecipa a abundância do banquete eucarístico, partilhando pão com os famintos como prefiguração da Eucaristia, onde Ele mesmo se entrega como alimento. São João Maria Vianney, cuja memória hoje celebramos, dizia: "A Eucaristia é o amor que supera todos os amores" (Catecismo do Cura d'Ars, cap. 4).
Literalmente, vemos Jesus multiplicando pães e peixes. Alegoricamente, é o Cristo que sacia nossa fome de Deus. Moralmente, aprendemos que somos chamados a colaborar com Cristo, oferecendo o pouco que temos para que Ele o transforme. Anagogicamente, este milagre aponta para o banquete celestial, onde todos serão plenamente saciados.
É importante notar que Jesus não apenas realiza o milagre, mas envolve os discípulos: "Dai-lhes vós mesmos de comer". Essa ordem ressoa na vida da Igreja, chamada a praticar a caridade com espírito evangélico, a viver a comunhão fraterna segundo o ensinamento apostólico, a celebrar a Eucaristia como fonte e cume da vida cristã e a proclamar a esperança da vida eterna. Tais ações devem sempre estar fundadas na fidelidade ao Evangelho e em obediência ao Magistério da Igreja. São João Maria Vianney é modelo desse zelo pastoral: dedicou sua vida ao confessionário e à Celebração da Missa, alimentando espiritualmente sua comunidade.
Jesus continua a multiplicar seus dons através da nossa disponibilidade. Quando colocamos nas mãos de Deus nossos dons, mesmo pequenos, Ele os transforma em abundância de graças.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Tenho reconhecido a presença de Jesus nos pequenos gestos de partilha?
2. Como tenho participado da missão da Igreja de alimentar os necessitados?
3. Vivo a Eucaristia como centro e sustento da minha vida cristã?
Mensagem Final:
Jesus compadece-se de cada um de nós e deseja alimentar-nos com seu amor e sua Palavra. Na Eucaristia, Ele multiplica a graça para saciar nossa fome mais profunda. Como São João Maria Vianney, sejamos instrumentos da providência divina, levando a todos o Pão que dá a vida eterna.
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