O Único Sinal: o de Jonas
- escritorhoa
- 21 de jul.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 21/07/2025 - Segunda-feira
Evangelho: Mateus 12,38-42
Naquele tempo, alguns escribas e fariseus disseram a Jesus: “Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti.” Ele, porém, respondeu-lhes: “Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas. Pois assim como Jonas esteve no ventre do grande peixe por três dias e três noites, assim também o Filho do Homem estará no coração da terra três dias e três noites. No juízo, os homens de Nínive se levantarão com esta geração e a condenarão, pois se converteram com a pregação de Jonas. E eis aqui quem é maior que Jonas. No juízo, a rainha do Sul se levantará com esta geração e a condenará, pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui quem é maior que Salomão.”

Reflexão:
Neste Evangelho, Jesus responde à exigência de sinais por parte dos fariseus, denunciando a incredulidade de uma geração que, mesmo diante de tantas obras e palavras do Verbo encarnado, permanecia cega pela dureza de coração. O pedido de um “sinal” revela uma fé que não é pura, mas condicionada por interesses humanos ou pela curiosidade sensacionalista, algo que Santo Agostinho repreende ao dizer: “Eles querem um milagre não para crer, mas para experimentar” (Sermão 88, 6).
Jesus, então, apresenta o sinal de Jonas: assim como Jonas foi sinal de conversão para os ninivitas após sair do ventre do grande peixe, Cristo será sinal supremo através de Sua paixão, morte e ressurreição. Este é o sinal definitivo da Nova Aliança, que supera todos os prodígios do Antigo Testamento. São João Crisóstomo comenta: “A ressurreição será o selo da divindade de Cristo” (Hom. in Matth. 43,3).
O Senhor também menciona a rainha do Sul e os ninivitas como juízes desta geração. A rainha viajou longas distâncias para ouvir a sabedoria de Salomão, enquanto os contemporâneos de Jesus desprezavam a Sabedoria eterna feita carne (cf. Jo 1,14). Os ninivitas, gentios e pecadores, se converteram apenas com a pregação de Jonas; porém os judeus endureciam seus corações contra Aquele que é maior que Jonas.
No sentido moral, a passagem nos exorta a não buscar “sinais” externos para crer, mas a viver com fé enraizada na Palavra e nos sacramentos, onde Cristo continuamente se manifesta. No sentido anagógico, o sinal de Jonas remete à vitória final de Cristo sobre a morte, que nos introduz na esperança da ressurreição final.
O Catecismo da Igreja Católica nos recorda que “a fé cristã não acredita em fórmulas, mas nas realidades que elas exprimem e que a fé permite ‘tocar’” (CIC, §170). Não precisamos de novos sinais: temos a cruz, a Eucaristia, o Evangelho e a Igreja como sinais vivos do amor de Deus.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Estou buscando a Deus por fé ou por curiosidade e conveniência?
2. Como reajo quando Deus não me dá os “sinais” que eu desejo?
3. De que forma o sinal da cruz se torna presente na minha vida de oração?
Mensagem Final:
Jesus nos chama à fé madura, fundada não em sinais extraordinários, mas na certeza da Sua ressurreição. A cruz é o sinal que salva, ilumina e transforma. Que a Palavra de hoje nos ajude a acolher com fé sincera o Senhor, reconhecendo n’Ele a verdadeira Sabedoria e a presença viva do Amor que tudo renova.




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