Perdoar Sem Medida: Reflexo do Coração de Deus
- escritorhoa
- 14 de ago.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 14/08/2025 - Quinta-feira
Evangelho: Mateus 18,21-19,1
"Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: 'Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?' Jesus respondeu: 'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete'. Por isso, o Reino dos Céus é como um rei que quis acertar contas com seus serviços. Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. Como não tivesse com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido como escravo, com a mulher e os filhos, e tudo o que possuía, para pagar a dívida. O servo ajoelhou-se diante dele e suplicava: 'Senhor, tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo!'. Diante disso, o senhor teve compaixão, soltou o servo e perdoou-lhe a dívida. Ao sair dali, aquele servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem moedas. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Paga o que me deves'. O companheiro caiu aos seus pés e suplicava: 'Tem paciência comigo, e eu te pagarei!'. Mas o outro não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. Vendo o que havia acontecido, os outros serviços ficaram muito tristes, procuraram o senhor e lhe contaram tudo. Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: 'Servo perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque me suplicaste. Não devias também tu ter compaixão do teu companheiro, como eu tive de ti?' O senhor indignou-se e entregou-o aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. Assim também meu Pai do céu vos fará, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão." Quando Jesus terminou esses discursos, partiu da Galiléia e foi para o território da Judeia, do outro lado do Jordão."

Reflexão:
Neste Evangelho, Jesus aprofunda o ensinamento sobre o perdão, essencial à vida cristã. Pedro, pensando ser generoso, propõe perdoar "até sete vezes". Mas Jesus alarga o horizonte da misericórdia: "até setenta vezes sete", ou seja, sempre. O perdão deve ser ilimitado como o amor do Pai.
A parábola que segue ilustra esse princípio. O servo que recebe um perdão imensurável recusa-se a perdoar uma pequena dívida. A incoerência entre o dom recebido e a atitude assumida denuncia um coração endurecido. Santo Ambrósio afirma: "A misericórdia de Deus exige de nós um coração semelhante ao seu" (De Paenitentia, II).
O Catecismo ensina: "Não há limite ao dom de Deus, mas devemos estar dispostos a perdoar uns aos outros" (CIC 2845). Perdoar é condição do nosso próprio perdão. É um ato que liberta, cura relações e revela a graça que habita em nós.
O sentido literal é o ensino de Jesus sobre o perdão ilimitado. Alegoricamente, o rei representa Deus e o servo somos nós. Moralmente, é um apelo à coerência entre a graça recebida e nossas atitudes. Anagogicamente, aponta para o juízo divino baseado na misericórdia praticada.
Celebramos hoje São Maximiliano Kolbe, que viveu radicalmente este Evangelho. No campo de concentração de Auschwitz, ofereceu-se para morrer no lugar de um pai de família. Seu perdão, amor e entrega até o fim são testemunho heroico do Cristo vivo.
Jesus conclui seu discurso e parte para a Judeia. Também nós devemos partir, isto é, caminhar com Ele, vivendo o perdão como via de santidade.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Tenho perdoado de coração ou apenas de aparência?
2. Reconheço a grandeza do perdão que recebo de Deus?
3. Meu perdão reflete a misericórdia divina com os outros?
Mensagem Final:
Perdoar é tornar-se semelhante ao Pai celeste. Jesus nos convida a romper o ciclo da ofensa com o dom da misericórdia. Que, inspirados por São Maximiliano Kolbe, tenhamos um coração capaz de perdoar sem medida, e assim participemos do Reino de Deus, onde o amor vence toda ofensa.
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