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Vinho novo, odres novos: jejum que nasce do Esposo

Atualizado: 6 de set.

Liturgia Diária:

Dia 05/09/2025 - sexta-feira


Evangelho: Lucas 5,33–39

Tradução própria

Disseram-lhe: “Os discípulos de João jejuam com frequência e fazem orações, e os dos fariseus também; mas os teus comem e bebem”. Jesus lhes disse:

“Acaso podeis fazer jejuar os filhos da festa nupcial enquanto o noivo está com eles? Dias virão, porém, em que lhes será tirado o noivo; nesses dias jejuarão”.

Disse-lhes também uma parábola: “Ninguém tira de uma veste nova um remendo para o colocar numa veste velha; senão, rasga a nova, e o remendo da nova não combinará com a velha. E ninguém põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho novo romperá os odres; derramar-se-á o vinho, e os odres se perderão. Pelo contrário, o vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém, depois de beber o vinho velho, quer do novo; pois diz: ‘o velho é melhor’”.

Jesus ensina sobre jejum: o esposo presente; remendo novo em roupa velha e vinho novo em odres novos — Lc 5,33-39, arte sacra hiper-realista 16:9.

Reflexão:

Os fariseus e alguns perguntam a Jesus sobre o jejum: por que seus discípulos comem e bebem enquanto outros jejuam? No sentido literal, o Senhor se apresenta como o Esposo; sua presença inaugura um tempo de alegria, mas anuncia-se a hora em que será tirado: então jejuarão. As imagens do remendo e do vinho/odres indicam a novidade do Evangelho que não se reduz a acréscimo exterior. Lucas mostra que o jejum cristão nasce da relação com Cristo e do discernimento dos tempos (Lc 5,33–39).

No sentido alegórico, Cristo Esposo desposa a Igreja com o sangue da cruz; por isso, a vida nova não cabe em estruturas endurecidas. O Catecismo ensina que os sinais do Reino exigem conversão interior, e que as práticas de penitência recebem sentido novo em Cristo (CIC 1430–1433). O vinho novo é a graça do Espírito, derramada nos corações; os odres novos são os que renascem na fé e na caridade (CIC 1965; 1989). São Tomás recolhe os Padres: o remendo da nova justiça não convém à veste antiga da lei vivida segundo a carne (Catena Aurea).

No sentido moral, jejuar não é mero rito, mas educação do desejo para amar melhor. A Igreja recomenda dias e tempos de penitência, especialmente as sextas-feiras e a Quaresma, convidando ao jejum, à abstinência e às obras de misericórdia (CIC 1434; 1438; 2043). Contudo, jejuar sem caridade rompe o odre: a prática perde seu sabor. O remendo inadequado simboliza reformas apressadas que ignoram a formação do coração. Precisamos deixar-nos renovar pela graça: oração fiel, confissão frequente, Eucaristia, reconciliação fraterna, sobriedade. São João Crisóstomo adverte: “Jejua o estômago, mas deixa também jejuar o olho, a língua e a ira” (Hom. de jejuns).

No sentido anagógico, o Esposo prepara o banquete eterno; jejuamos peregrinos, suspirando pela plena presença. Enquanto isso, pedimos odres novos: humildade para aprender, docilidade para mudar, perseverança para recomeçar. O vinho velho “parece melhor” porque o coração se apega ao costume; a graça, porém, convida a arriscar passos de fé. Maria, novo odre, acolheu o Verbo e nos aponta a obediência que faz tudo novo.

Hoje, portanto, recebamos o Evangelho como novidade que transfigura; jejuemos quando é tempo, e celebremos quando o Esposo se nos dá. Nosso jejum solidário alivia o pobre e torna a oração mais ardente; nossa alegria partilhada anuncia a chegada do Reino e fortalece a unidade. E que perseveremos em passos concretos de conversão diária.


Pensamentos para Reflexão Pessoal:

1. Meu jejum e minhas penitências nascem do amor ao Esposo ou de hábito sem coração?

2. Qual “odre velho” (costume, apego) o Espírito me convida a substituir por atitudes novas?

3. Como unir jejum, esmola e oração para que a caridade transforme meu dia?


Mensagem Final:

Cristo, Esposo, traz o vinho novo do Espírito. Jejuamos quando Ele parece ausente; celebramos quando se dá na Palavra e na Eucaristia. Peçamos odres novos: coração humilde, dócil e perseverante. Convertemos hábitos que resistem à graça e partilhemos com os pobres. Assim, oração e caridade caminham juntas, anunciando o Reino. Maria nos ajude a acolher e viver esta novidade sempre.

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