A Cruz como Caminho de Verdadeira Paz
- escritorhoa
- 14 de jul.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 14/07/2025 - Segunda-feira
Evangelho: Mateus 10,34–11,1
"Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas a espada. Pois vim causar divisão entre o filho e seu pai, entre a filha e sua mãe, entre a nora e sua sogra; e os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e me segue não é digno de mim. Quem procura salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por minha causa vai encontrá-la. Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta; quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo. E todo aquele que der mesmo que seja apenas um copo de água fresca a um destes pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa."Quando Jesus acabou de dar estas instruções aos seus doze discípulos, partiu dali para ensinar e pregar nas cidades deles."

Reflexão:
Nesta passagem, Nosso Senhor Jesus Cristo revela de forma clara que o seguimento autêntico do Evangelho exige decisões radicais e corajosas. Ele afirma não ter vindo trazer uma paz aparente, fruto de acomodações humanas, mas a espada que separa a verdade do erro (cf. Mt 10,34). A “espada” de Cristo é o símbolo do discernimento que a Palavra de Deus opera na alma (cf. Hb 4,12), separando o que é de Deus do que é do mundo.
São João Crisóstomo comenta que “a guerra que Jesus traz não é entre os homens, mas entre o justo e a injustiça” (In Matthaeum, hom. 35). Esta “divisão” atinge até os laços mais íntimos — família, casa, sangue — porque o Reino de Deus exige prioridade absoluta. Como ensina o Catecismo: “Nada deve ocupar o coração do homem mais do que Deus” (CIC 2093).
Jesus mostra que amar mais qualquer criatura que o próprio Criador é desordem espiritual (cf. Santo Agostinho, De Doctrina Christiana, I, 22). Por isso, “quem não toma a sua cruz e me segue, não é digno de mim” (Mt 10,38). A cruz aqui é todo o peso de viver segundo os mandamentos em oposição às inclinações naturais e sociais.
Há também um ensino profundo sobre a hospitalidade e a recompensa do justo. O mínimo gesto de amor feito por Cristo, como dar um copo de água, tem valor eterno. Isso nos lembra que a caridade autêntica, ainda que humilde, é preciosa aos olhos de Deus (cf. São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, II, 26).
Por fim, Jesus conclui as instruções missionárias aos doze e parte para continuar a obra de evangelização. É o modelo do verdadeiro discipulado: formar, enviar e servir. O discípulo não é maior que o Mestre, e o seguimento de Cristo passa necessariamente pela cruz, mas culmina na ressurreição e na glória.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Tenho amado mais a vontade de Deus ou os vínculos humanos e afetivos?
2. Carrego minha cruz cotidiana com generosidade ou murmuração?
3. Como posso viver mais concretamente a hospitalidade e o serviço por amor a Cristo?
Mensagem Final:
Seguir Jesus exige coragem para preferi-Lo acima de tudo, inclusive da própria vida. A cruz, longe de ser derrota, é caminho de vitória. Que nossa fidelidade, mesmo nas pequenas coisas, seja expressão de amor ao Senhor que nos envia. Receber o Cristo nos irmãos é antecipar o Reino já aqui. Perseveremos com fé firme e coração generoso.




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