A Fé Que Acalma a Tempestade
- escritorhoa
- 1 de jul.
- 2 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 01/07/2025 - Terça-feira
Evangelho: Mateus 8,23-27
“E subindo ele no barco, seus discípulos o seguiram. Eis que se levantou no mar uma grande tempestade, de modo que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, dormia. Aproximando-se, seus discípulos o despertaram dizendo: ‘Senhor, salva-nos! Estamos perecendo!’ Jesus disse-lhes: ‘Por que estais com medo, homens de pouca fé?’ Então levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e fez-se grande calmaria. E aqueles homens, admirados, diziam: ‘Quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?’”

Reflexão:
O Evangelho de hoje nos apresenta uma cena marcante da vida pública de Jesus: Ele acalma a tempestade. Este episódio não é apenas uma demonstração do poder divino de Cristo sobre a criação, mas também uma revelação profunda sobre a fé e a confiança que devemos nutrir em meio às adversidades.
Os discípulos, mesmo estando ao lado do Senhor, foram tomados pelo medo diante do perigo. Isso evidencia que a proximidade física com Jesus não garante, por si só, uma fé madura. O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a fé é um dom sobrenatural de Deus” (CIC, 153), mas requer cooperação livre da parte do homem. Diante da tempestade, os discípulos gritam: “Senhor, salva-nos!”. Tal súplica já contém em si uma semente de fé, embora ainda frágil, pois nasce do medo, não da confiança plena.
Santo Agostinho comenta: “O barco é a figura da Igreja; Jesus dorme enquanto a fé dos discípulos vacila, mas ao clamor dos seus, Ele desperta para salvar” (Sermões, 75,2). A Igreja, navegando entre as ondas da história, enfrenta tormentas. E cada fiel, em sua vida pessoal, conhece os ventos contrários das tribulações, doenças, perdas e inseguranças.
Cristo repreende o medo e não a tempestade inicialmente. Ele quer curar o coração dos seus discípulos antes de acalmar as forças da natureza. São Jerônimo comenta que “Jesus dorme para que os discípulos desejem o socorro divino; desperta-se pela oração deles, para mostrar que a oração é o remédio da fé vacilante” (Comentário ao Evangelho de Mateus, cap. 8).
No nível alegórico, o mar simboliza o mundo instável; o barco, a nossa alma; e Jesus dormindo, a aparente ausência de Deus nas provações. Mas mesmo quando parece dormir, Cristo está presente. No sentido moral, somos chamados à confiança filial. E anagogicamente, esta cena antecipa a vitória escatológica de Cristo sobre todo o mal.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Que tempestades em minha vida têm revelado a fragilidade da minha fé?
2. Como posso exercitar a confiança em Deus mesmo quando Ele parece "dormir"?
3. Minha oração é perseverante diante das provações ou marcada por desespero?
Mensagem Final:
O Senhor, mesmo quando parece ausente, está presente e poderoso para salvar. Não temamos as tempestades da vida: com fé, clamemos a Ele com confiança. Aprendamos com os discípulos a transformar o medo em súplica e a súplica em encontro com o Cristo vivo. Ele é o Deus que acalma os ventos e consola os corações.




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