A Verdade que Liberta e Revela o Coração
- escritorhoa
- 9 de abr.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 09/04/2025 - Quarta-feira
Evangelho: João 8,31-42
Disse Jesus aos judeus que creram nele: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Responderam-lhe: “Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: 'Sereis livres'?”. Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo: todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. Ora, o escravo não permanece para sempre na casa; o filho permanece para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Sei que sois descendência de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque minha palavra não encontra espaço em vós. Eu falo o que vi junto do Pai, e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai”. Eles responderam: “Nosso pai é Abraão”. Disse-lhes Jesus: “Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim que vos falei a verdade que ouvi de Deus; isso, Abraão não fez. Vós fazeis as obras do vosso pai”. Disseram-lhe então: “Nós não nascemos da prostituição; temos um só Pai: Deus”. Disse-lhes Jesus: “Se Deus fosse vosso Pai, vós me amaríeis, pois eu saí de Deus e vim; não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou”.

Reflexão:
Jesus dirige-se aos judeus que creram n'Ele, mas cuja fé ainda era frágil. Ele afirma que a verdadeira liberdade está em permanecer na sua palavra. A fé não pode ser momentânea ou superficial: exige permanência, escuta obediente, conversão sincera. Como ensina São Beda: "Crer é iniciar o caminho; perseverar é alcançar a meta" (Homiliae, I).
A promessa de conhecer a verdade e ser libertado por ela revela que a verdade é uma Pessoa: Jesus Cristo. A verdadeira liberdade não é fazer tudo o que se quer, mas viver segundo a vontade de Deus. Santo Agostinho afirma: "A liberdade verdadeira é serviço de Deus" (Sermo 169).
Os judeus, presos a um orgulho genealógico, afirmam ser filhos de Abraão. Mas Jesus denuncia sua incoerência: se fossem verdadeiramente filhos de Abraão, imitariam suas obras, ou seja, sua fé e obediência. Em vez disso, rejeitam o Verbo encarnado.
A grande escravidão denunciada por Cristo é o pecado. Ele torna o homem incapaz de permanecer na casa do Pai. Somente o Filho tem poder para libertar e restaurar a dignidade de filhos. O Catecismo ensina: "O pecado escraviza o coração do homem e o separa da liberdade dos filhos de Deus" (CIC, n. 1739).
Por fim, Jesus vai mais longe: se verdadeiramente tivessem Deus como Pai, reconheceriam o Filho e o amariam. Aqui se revela o critério autêntico da fé: amar a Jesus, acolher sua palavra, viver como Ele viveu. Não basta dizer "Senhor, Senhor" (cf. Mt 7,21); é preciso agir como verdadeiros filhos.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Tenho permanecido na Palavra de Jesus ou apenas escutado superficialmente?
2. Busco a liberdade segundo o mundo ou a liberdade dos filhos de Deus?
3. Meu amor a Cristo é visível em minhas escolhas, palavras e obras?
Mensagem Final:
A verdadeira liberdade nasce do encontro com a Verdade que é Cristo. Ele nos convida a permanecer em sua Palavra e a viver como filhos de Deus. Que, libertos do pecado, possamos viver na graça e no amor, testemunhando com autenticidade a fé que professamos. Quem ama Jesus, permanece n'Ele e produz frutos de vida eterna.




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