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Alegria missionária e pequenez evangélica

Liturgia Diária:

Dia 04/10/2025 - Sábado


Evangelho: Lucas 10,17-24

Os setenta e dois voltaram cheios de alegria, dizendo: “Senhor, até os demônios se nos submetem por causa do teu nome”. Ele lhes disse: “Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago. Eis que vos dei autoridade para pisar serpentes e escorpiões e todo o poder do inimigo; e nada vos fará dano. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos se submetem a vós; alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos nos céus”. Naquela hora, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, e quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Voltando-se para os discípulos, disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! Pois vos digo: muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis e não ouviram”.

Jesus exulta no Espírito com os discípulos ao redor; anjos descem em luz suave e raio simboliza a queda de Satanás; cenário ao entardecer, 16:9.

Reflexão:

O sentido literal revela o retorno dos enviados: a missão frutifica, mas Jesus corrige a alegria, deslocando-a dos êxitos para a eleição gratuita: “nomes escritos nos céus”. Alegoricamente, a queda de Satanás indica a vitória pascal de Cristo, já operante nos discípulos pelo poder do Nome (cf. CIC 2812; 2853). Moralmente, aprendemos a humildade: autoridade espiritual é serviço obediente e agradecido, não autoglorificação. Anagogicamente, a verdadeira alegria mira a pátria, onde o Nome nos sustenta para sempre (cf. Ap 3,5).

Santo Agostinho adverte: “Não nos alegremos de dominar, mas de pertencer à cidade de Deus” (Cidade de Deus, XIX,26). São João Crisóstomo destaca que a exultação de Jesus no Espírito mostra que a salvação é iniciativa do Pai, acolhida pelos pequenos (Hom. in Matth., 38). São Tomás explica que a humildade preserva a caridade, impedindo o orgulho de corromper os dons (STh II-II, q.161, a.5). O Catecismo lembra o combate espiritual em que o homem é provado desde a origem, mas Cristo já venceu o Tentador (cf. CIC 409; 550).

Na Memória de São Francisco de Assis, contemplamos a “pequena via” da minoridade. Francisco configurou-se ao Cristo pobre e crucificado, cantando o louvor do Altíssimo e servindo os últimos. Sua alegria era evangélica: não nas obras grandiosas, mas em ser “irmão menor”, despojado e obediente. Nele resplandece a bem-aventurança dos pequenos a quem o Pai revela os mistérios do Reino. O cântico de Francisco é eucarístico: tudo é dom, tudo retorna em louvor. Assim, missionar é devolver ao Pai a glória que a graça realizou.

Aplicação prática: cultivar a alegria teologal que nasce da filiação e se expressa em simplicidade, pobreza de espírito, gratidão. Discernir consolações espirituais sem apego, submetendo-as à cruz de Cristo e à obediência eclesial. Servir os pobres concretamente, respeitar a criação como dom, reconciliar-se na penitência, rezar a Liturgia das Horas com louvor. A autoridade recebida — ministérios, carismas, responsabilidades — seja exercida com mansidão e fé, sempre “em nome de Jesus”. Peçamos a Maria, Esposa do Espírito, coração pequeno para acolher a revelação do Pai, olhos felizes para ver a ação de Deus hoje, e pés prontos para a missão, sem vanglória, até que nosso nome permaneça no livro da Vida.


Pensamentos para Reflexão Pessoal:

1. Minha alegria nasce de resultados ou de pertencer a Cristo e à sua Igreja?

2. Que gesto franciscano de humildade e serviço posso realizar hoje, silenciosamente?

3. Como discernir e ordenar os dons recebidos para a glória do Pai e o bem dos pequenos?


Mensagem Final:

Alegremo-nos, não por sucessos, mas por pertencermos a Deus. Jesus exulta no Espírito e revela o Pai aos pequenos: eis o caminho franciscano. Servir com humildade, louvar com gratidão, obedecer com amor. Exercendo autoridade como serviço, combatemos o mal no Nome de Jesus. Persevere hoje num gesto concreto de pequenez alegre: o céu escreve sua história.

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