Confessar o Cristo e Segui-lo na Cruz
- escritorhoa
- 22 de jun.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 22/06/2025 - Domingo
Evangelho: Lucas 9,18-24
Estando Jesus em oração, a sós, os discípulos estavam com ele. Então, ele perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” Eles responderam: “João Batista; outros, Elias; outros ainda, que um dos antigos profetas ressuscitou.” Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus.” Mas ele proibiu severamente que contassem isso a alguém. E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.” Em seguida, disse a todos: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida, irá perdê-la; mas quem perder a vida por minha causa, esse a salvará.”

Reflexão sobre o Evangelho:
Neste trecho de Lucas, Jesus, em profunda oração, confronta seus discípulos com a pergunta essencial: "Quem sou eu para vós?" A resposta de Pedro, inspirada pelo Pai (cf. Mt 16,17), revela uma verdade fundamental da nossa fé: Jesus é o Cristo de Deus. Mas imediatamente após esta confissão, o Senhor anuncia sua paixão, morte e ressurreição, e convida cada um a tomar a sua cruz.
O Catecismo ensina que "a confissão de Pedro permanece inseparável do itinerário de Jesus sofredor" (CIC 440). Reconhecer Jesus como Cristo é também aceitar segui-lo no caminho da cruz, que é o caminho da entrega, do amor até o fim.
Santo Ambrósio comenta: "Pedro viu o Cristo na glória, mas não compreendia ainda o Cristo crucificado. Por isso Jesus lhe mostra que ser o Cristo implica o sofrimento redentor" (Expositio in Lucam, 7). Esta compreensão progressiva da identidade de Jesus nos leva também a uma conversão constante.
Jesus não esconde as exigências do discipulado: renunciar a si mesmo e carregar a cruz todos os dias. Esta renúncia não é anulação, mas entrega fecunda. O seguimento de Cristo conduz à verdadeira vida, aquela que se encontra quando nos perdemos por amor.
A cruz, portanto, não é apenas um peso, mas um sinal de aliança, de fidelidade à vocação de filhos no Filho. Como lembra são Paulo: "Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo" (Gl 3,26).
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Quem é Jesus para mim hoje? Minha fé é viva e pessoal?
2. Tenho aceitado minha cruz com confiança e amor?
3. Em que situações concretas preciso renunciar a mim mesmo para seguir Jesus?
Reflexão sobre as Leituras do Dia:
Primeira Leitura: Zacarias 12,10-11; 13,1
Salmo: Salmo 62(63),2abcd.2e-4.5-6.8-9 (R. 2ce)
Segunda Leitura: Gálatas 3,26-29
Evangelho: Lucas 9,18-24
Zacarias profetiza o olhar sobre aquele que foi transpassado, antecipando o mistério pascal. O Salmo canta a sede de Deus como desejo profundo da alma que encontra a vida em sua presença. Em Gálatas, são Paulo reafirma a unidade dos que estão em Cristo: não há mais distinção, pois todos são um no Filho.
As leituras convergem na revelação de um Deus que se entrega por amor, que nos chama a segui-lo em um caminho de morte e ressurreição. A cruz não é um fim, mas passagem para a vida verdadeira em Cristo.
Mensagem Final:
Confessar Jesus como Cristo é abraçar a cruz com amor e confiança. A cada dia, somos convidados a segui-lo com generosidade, na certeza de que a vida verdadeira brota da entrega. Como Pedro, renovemos nossa fé e deixemo-nos conduzir pelo Cristo que sofre, morre e ressuscita para nos salvar.
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