Conversão: A Urgência do Coração Duro
- escritorhoa
- 15 de jul.
- 2 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 15/07/2025 - Terça-feira
Evangelho: Mateus 11,20–24
"Então Jesus começou a censurar as cidades onde tinha feito muitos de seus milagres, porque não se haviam convertido: 'Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres feitos entre vós tivessem sido realizados em Tiro e Sidônia, há muito tempo elas teriam feito penitência com pano de saco e cinza. Pois vos digo: no dia do juízo, Tiro e Sidônia serão tratadas com menos rigor do que vós. E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o céu? Não! Serás abatida até o inferno. Porque, se os milagres feitos em ti tivessem ocorrido em Sodoma, ela teria permanecido até hoje. Mas eu vos digo: no dia do juízo, a terra de Sodoma será tratada com menos rigor do que tu.'"

Reflexão:
Neste trecho, Jesus repreende severamente três cidades da Galileia — Corazim, Betsaida e Cafarnaum — por sua dureza de coração e recusa em se converter, mesmo tendo presenciado sinais evidentes do Reino de Deus. A advertência é clara: milagres não garantem conversão se o coração permanece fechado.
A reação do Senhor é de santa indignação, pois o privilégio da Revelação, quando rejeitado, acarreta responsabilidade maior. Santo Agostinho ensina: “A graça não destrói o livre arbítrio, mas o interpela com mais vigor” (De Spiritu et Littera, cap. 31). O Evangelho é luz, mas pode também denunciar as trevas que o homem se recusa a abandonar (cf. Jo 3,19).
Jesus compara essas cidades a Tiro, Sidônia e até mesmo Sodoma — lugares conhecidos pelo paganismo e depravação — dizendo que seriam mais indulgenciadas no juízo do que os ouvintes privilegiados e incrédulos. O Catecismo afirma que “a recusa da graça conduz à cegueira espiritual e ao endurecimento do coração” (CIC 1864). Há aqui um grave alerta sobre a complacência religiosa: o costume de ouvir a Palavra sem deixar-se transformar por ela.
Cafarnaum, centro da atividade de Jesus, símbolo de tantos que frequentam o sagrado mas não se deixam converter, é sentenciada com palavras duras. Como observa São Jerônimo: “É mais perigosa a indiferença do justo do que o pecado do ímpio arrependido” (Commentarium in Matthaeum, cap. 11).
Há também um eco escatológico: o “dia do juízo”. A responsabilidade diante da verdade revelada será medida pela abertura interior à conversão. Isso nos exorta a não desprezar a graça recebida nos sacramentos, na pregação, na convivência eclesial.
Essa passagem revela com clareza a gravidade de acolher a presença de Cristo de forma superficial. Muitos, como Cafarnaum, viveram próximos da luz, mas permaneceram frios em sua resposta. O verdadeiro privilégio está em corresponder com fé viva e coração contrito à graça recebida.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Tenho acolhido a Palavra de Deus com verdadeira disposição de mudança?
2. Que sinais da graça tenho ignorado em minha vida cotidiana?
3. Como posso corresponder com mais fidelidade ao dom recebido na fé?
Mensagem Final:
A Palavra de Deus exige uma resposta viva e concreta. Corazim, Betsaida e Cafarnaum nos advertem sobre o perigo da indiferença. Que cada graça recebida nos leve à conversão sincera. O tempo da salvação é agora. Ouçamos Cristo com um coração novo e acolhamos com humildade a luz que transforma e santifica nossas vidas em profundidade.




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