Discípulas e bens a serviço do Reino
- escritorhoa
- 19 de set.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 19/09/2025 - sexta-feira
Evangelho: Lucas 8,1–3
Tradução própria
Aconteceu, depois disso, que Jesus ia passando por cidades e povoados, proclamando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Os Doze estavam com Ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos maus e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana; e muitas outras, que lhes serviam com os seus bens.

Reflexão:
Jesus percorre cidades e povoados, proclamando a Boa-Nova do Reino; os Doze estão com Ele, e também mulheres curadas: Maria Madalena, Joana, Susana e “muitas outras”, que o serviam com seus bens (Lc 8,1–3). No sentido literal, Lucas mostra a missão itinerante de Jesus e a colaboração real de discípulos e discípulas. O centro é o Reino que chega e chama todos à fé e à conversão (CIC 541; 543–544).
No sentido alegórico, essas mulheres prefiguram a Igreja que, curada por Cristo, derrama perfume de gratidão e sustento. A comunidade nasce de ouvintes que se fazem servidores; o discipulado tem rosto masculino e feminino. Na tradição, Beda observa que as curas se tornam serviço; Tomás recolhe que os bens compartilhados anunciam a caridade (Catena Aurea, Lc 8,1–3). O mesmo Espírito suscita carismas e ministérios diversos para a única missão (CIC 873; 901).
No sentido moral, aprendemos a gratidão operosa: quem foi levantado por Jesus põe seus bens, tempo e talentos a serviço do Evangelho. O cuidado material é espiritual quando nasce do amor a Cristo e aos irmãos. A Igreja ensina que os fiéis devem prover às necessidades materiais da comunidade, cada um segundo as próprias possibilidades (CIC 2043); e que a esmola é obra de misericórdia (CIC 2447).
Também aprendemos humildade: mulheres outrora feridas tornam-se primeiras evangelizadoras pelo serviço concreto. Maria Madalena, libertada, será testemunha da Páscoa; hoje, tantas discípulas sustentam paróquias, obras sociais, famílias e missionários. Guardemos pureza de intenção e transparência na administração, para que nosso “perfume” não busque aplausos. A Reconciliação purifica motivos; a Eucaristia fortalece a caridade que organiza a vida e transforma bens em dom (CIC 1451; 1391).
No sentido anagógico, o seguimento que serve antecipa a comunhão dos santos, quando todos os dons se tornarão louvor. Ali, veremos como as pequenas ofertas sustentaram grandes obras. Até lá, caminhemos com Jesus pelas “aldeias” do nosso dia: casa, trabalho, rede de amigos. Ofereçamos hospitalidade, escuta e sustento. E deixemos que o Reino avance entre nós, com simplicidade, gratidão e generosidade perseverante.
Concretamente, examine seus bens e tempo: quanto o Evangelho recebe? Estabeleça um gesto estável de partilha para a paróquia e para os pobres; ofereça também competências profissionais ao serviço. Reze pelas mulheres que evangelizam com coragem. Acompanhe uma obra de caridade local. E, como Maria Madalena, permaneça fiel aos pés de Jesus, para anunciar com vida a alegria do Reino que já chegou hoje.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Como posso colocar bens, tempo e talentos a serviço do Evangelho na minha paróquia?
2. Que obra concreta de caridade apoiarei de modo estável, com presença e recursos?
3. Quais passos práticos posso dar para transparência e retidão no uso dos meus recursos?
Mensagem Final:
Jesus percorre cidades e recebe o serviço generoso de mulheres curadas. Faça do seu tempo e bens um perfume para o Evangelho: sustente a paróquia, ajude os pobres, ofereça competências. Reze como discípulo missionário e permaneça fiel aos pés de Jesus. Com Maria Madalena, anuncie a alegria do Reino com gratidão, coragem e constância em cada dia, família e paróquia.
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