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Enviados com o essencial: poder, pobreza e perseverança

Liturgia Diária:

Dia 24/09/2025 - quarta-feira


Evangelho: Lucas 9,1–6

Tradução própria

Tendo convocado os Doze, deu‑lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar enfermidades; e enviou‑os a proclamar o Reino de Deus e a curar os doentes.

Disse‑lhes: “Nada leveis para o caminho: nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; não tenhais duas túnicas.

Em qualquer casa em que entrardes, ali permanecei e dali partireis. Quanto aos que não vos receberem, ao sairdes daquela cidade sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra eles”.

Partindo, então, percorriam as aldeias, evangelizando e operando curas por toda parte.

Jesus envia os Doze em missão; poder para curar e expulsar demônios. Discipulos partem com cajados, sem provisões — Lc 9,1–6, arte sacra 16:9.

Reflexão:

Jesus convoca os Doze, confere poder e autoridade, e envia‑os a anunciar o Reino e a curar. No sentido literal, Lucas descreve a origem do ministério apostólico: missão, despojamento e perseverança. O envio é acompanhado por instruções concretas: levar o mínimo, permanecer onde houver acolhida, testemunhar com liberdade quando houver rejeição (Lc 9,1–6). Aqui, graça e método caminham unidos.

No sentido alegórico, os Doze figuram a Igreja apostólica, sustentada pelo poder do Senhor e pela força do Espírito. A missão não nasce da iniciativa privada, mas do mandato de Cristo, que partilha sua autoridade sobre o mal e a enfermidade (CIC 857–860; 1506). A pobreza evangélica torna visível que o tesouro é o Evangelho, não os meios humanos; a hospitalidade recebida prefigura a comunhão dos santos que sustenta o anúncio.

No sentido moral, o despojamento solicitado por Jesus confronta nossos apegos e ansiedades. “Nada leveis” ensina confiança prática: viajar leve para servir melhor. Permanecer numa casa combate a busca de comodidades. Sacudir o pó evita ressentimento estéril. O discípulo aprende a conjugar simplicidade e zelo, oração e ação, alegria e firmeza. O Catecismo recorda que a caridade ordena todas as virtudes e que as obras de misericórdia manifestam a fé operante (CIC 1827; 2447). Evangelizar inclui curar feridas: visita, escuta, cuidado e presença fiel.

No sentido anagógico, todo envio presente prepara a colheita final, quando os enviados recolherão frutos na eternidade. Entretanto, já agora, o Reino acontece onde a Palavra é acolhida e a caridade floresce. Mesmo rejeitados, os discípulos permanecem livres, pois a eficácia é de Deus. Maria, Rainha dos Apóstolos, acompanha a missão com sua intercessão e ensina a guardar a Palavra para oferecê‑la com simplicidade.

Concretamente, revisemos nossas mochilas espirituais: o que pesa, distrai ou atrapalha o amor? Reduzir o excesso liberta tempo para pessoas. Definamos um ritmo de oração, Palavra e Eucaristia que sustente a disponibilidade. Assumamos um gesto regular de serviço e uma obra de misericórdia corporal ou espiritual. Se houver rejeição, respondamos com mansidão, deixemos um sinal de paz e sigamos. O Senhor cuidará dos frutos e, quando necessário, nos fará recomeçar noutro lugar.

Hoje, peça o Espírito Santo: poder humilde para vencer o mal, coragem para anunciar, compaixão para curar, pobreza para confiar, perseverança para continuar. Então caminharemos leves, hospedados pela Providência, e muitos reconhecerão na nossa fraqueza a força de Deus que salva, consola e reúne.


Pensamentos para Reflexão Pessoal:

1. Que “excessos” práticos e interiores preciso deixar para servir com liberdade?

2. Qual casa, pessoa ou ambiente Deus me pede para permanecer e testemunhar com paciência?

3. Como integrar anúncio, oração e obras de misericórdia na minha rotina semanal?


Mensagem Final:

Jesus nos envia com o essencial: sua autoridade, a Palavra e a caridade. Viaje leve, permaneça onde houver acolhida, testemunhe com paz diante da rejeição. Reze, escute, sirva e anuncie. Na Eucaristia, reabasteça a missão. Com Maria, confie na Providência. O Espírito dará poder humilde, coragem e compaixão. Siga, perseverando. Deus fará frutificar além do visível, para a salvação de muitos.

Referências: Catena Aurea (Lc 9,1–6). CIC 857–860; 1506; 1827; 2447.

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