Julgar os frutos para discernir a verdade
- escritorhoa
- 25 de jun.
- 2 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 25/06/2025 - Quarta-feira
Evangelho: Mateus 7,15-20
“Cuidado com os falsos profetas, que vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos os conhecereis. Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? Assim, toda árvore boa dá bons frutos, e a árvore má dá maus frutos. A árvore boa não pode dar maus frutos, nem a árvore má dar bons frutos. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.”

Reflexão:
O Evangelho de hoje é um convite à vigilância espiritual e ao discernimento. Jesus nos alerta contra os falsos profetas, aqueles que se apresentam com aparência de piedade, mas cujos corações estão longe da verdade. Sua astúcia é tal que se disfarçam em peles de ovelha, simbolizando mansidão, mas agem como lobos, predadores espirituais. Esta advertência permanece atual em todas as épocas da Igreja.
Discernir os verdadeiros profetas dos falsos requer atenção aos “frutos” que produzem. Jesus nos oferece uma regra segura: “Pelos seus frutos os conhecereis.” Esses frutos não se referem a aparências ou discursos eloquentes, mas às obras concretas, à coerência de vida, à fidelidade à doutrina da Igreja e à caridade autêntica. Santo Tomás de Aquino ensina que “os frutos designam tanto as obras como as consequências espirituais dessas obras” (Summa Theologiae, I-II, q.70, a.1).
A árvore má que não pode dar bons frutos representa aqueles cujas intenções são corruptas. Mesmo que por fora pareçam virtuosos, suas ações inevitavelmente revelam sua verdadeira natureza. Essa parábola é também um exame de consciência: que tipo de árvore sou eu? O que minhas ações têm revelado sobre minha fé?
No sentido moral, Jesus nos chama a ser árvores boas, isto é, homens e mulheres firmados na verdade, enraizados na Palavra de Deus e nos Sacramentos. O Catecismo nos ensina: “A vida moral do cristão é sustentada pelos dons do Espírito Santo e pelos frutos do Espírito” (CIC, §1832). Entre esses frutos estão a caridade, a paz, a paciência, a bondade — sinais claros de que a graça de Deus está operando.
No plano anagógico, o fogo mencionado por Jesus aponta para o juízo final. A árvore que não produz frutos será cortada e lançada ao fogo — um símbolo claro da separação eterna para aqueles que rejeitam a graça. Essa imagem não é ameaça, mas apelo à conversão.
Portanto, sejamos vigilantes: nem todo aquele que fala em nome de Deus o faz verdadeiramente. Cabe ao cristão cultivar a sabedoria e a retidão para reconhecer os sinais da verdade e rejeitar os enganos do inimigo.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Tenho buscado discernir, com prudência, os verdadeiros sinais de Deus nas pessoas e situações?
2. Quais frutos minha vida espiritual tem produzido concretamente?
3. Estou enraizado na Palavra e na Eucaristia, fontes dos frutos verdadeiros?
Mensagem Final:
O Senhor nos alerta contra o engano espiritual. Reconhecer a verdade exige oração, vigilância e fidelidade à doutrina. A fé verdadeira gera frutos de amor, justiça e santidade. Que sejamos árvores boas, nutridas pela graça, dando frutos que glorificam a Deus e edificam o próximo. Vigilância, discernimento e fidelidade são escudos contra os falsos profetas.




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