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Mãos no arado, coração indiviso

Liturgia Diária:

Dia 01/10/2025 - Quarta-feira


Evangelho: Lucas 9,57-62

Enquanto iam pelo caminho, alguém disse a Jesus: “Seguir-te-ei para onde quer que fores”. Jesus respondeu: “As raposas têm tocas e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. A outro disse: “Segue-me”. Ele respondeu: “Senhor, permite-me primeiro ir enterrar meu pai”. Jesus replicou: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos; tu, porém, vai anunciar o Reino de Deus”. Outro disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa”. Jesus disse: “Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”.

Jesus caminha com três homens na estrada rumo a Jerusalém; arado ao fundo simboliza decisão no seguimento; luz dourada, composição 16:9.

Reflexão:

O evangelho apresenta três encontros em marcha. Jesus caminha rumo a Jerusalém e chama ao seguimento sem garantias humanas. No sentido literal, Ele declara a pobreza do Filho do Homem: não há tocas nem ninhos para quem se dá inteiro à missão. A fé nasce no caminho e amadurece no despojamento (cf. CIC 2544). No sentido alegórico, a travessia aponta para a Páscoa: seguir Jesus é entrar no êxodo definitivo, deixando sepulcros de projetos autossuficientes, para anunciar o Reino que vivifica. No sentido moral, o Senhor purifica os afetos: despedidas adiadas revelam corações divididos; a caridade ordenada prioriza Deus e, por Ele, ama retamente a família (cf. Mt 10,37). No sentido anagógico, o arado aponta para a esperança escatológica: quem fixa o olhar no fim persevera sem nostalgias (cf. CIC 1818).

Santo Agostinho ensina que “ama-se menos o que se ama com Deus, quando por ele se deixa” (Sermão 344,1). Não é desprezo dos vínculos, mas purificação do amor. São Gregório Magno comenta que, para o pregador, “o mundo é estreito” porque o coração dilatado abraça o céu (Hom. in Evang. I,17). São Tomás explica que os conselhos evangélicos manifestam a perfeição da caridade, a qual se ordena a Deus como fim (STh II-II, q.184, a.3). A exigência de Jesus não é capricho rigorista; é medicina para libertar do apego que paralisa.

Celebramos hoje Santa Teresa do Menino Jesus, virgem e doutora. Na sua “pequena via”, ela acolhe a radicalidade do Evangelho na forma do amor simples, obediente e confiante: “A minha vocação é o amor” (Manuscrito B, f.3v). O arado de Teresa foi o cotidiano do Carmelo; sua reta linha, a confiança filial. Assim, ela ensina que a santidade não consiste em grandes feitos, mas em fazer pequenas coisas com grande amor, permanecendo com a mão no arado sem olhar para trás.

Seguir Jesus hoje implica escolhas concretas: simplicidade contra a ostentação; prontidão contra a procrastinação espiritual; missão contra autorreferência. A oração sustenta essa rota, pois é combate de amor (cf. CIC 2725). Firmes no arado, peçamos o Espírito para fixar o olhar em Cristo e, guiados por Teresa, anunciar o Reino com passos pequenos e coração indiviso.


Pensamentos para Reflexão Pessoal:

1. Que apego concreto o Espírito me pede deixar para seguir Jesus com prontidão hoje?

2. Que decisão prática tomarei para priorizar o Reino na minha família, trabalho e tempo?

3. Como posso cultivar a confiança filial de Santa Teresinha na minha oração diária?


Mensagem Final:

Jesus chama em caminho e pede coração indiviso. Pobreza, prontidão e missão tornam o discípulo livre para arar o campo do Reino. Com Santa Teresinha, escolhemos a via pequena: atos simples, amor grande, confiança filial. Mãos no arado, olhos em Cristo, sem nostalgias. Hoje, decida um passo concreto de desapego e anúncio. O Espírito sustentará.

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