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O amor que cumpre a Lei

Liturgia Diária:

Dia 31/10/2025 - Sexta-feira


Evangelho: Lucas 14,1-6

“Aconteceu que, num sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus, e eles o observavam. Diante dele estava um homem hidrópico. Tomando a palavra, Jesus perguntou aos doutores da Lei e aos fariseus: ‘É permitido ou não curar em dia de sábado?’ Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus, tomando o homem pela mão, curou-o e despediu-o. Depois lhes disse: ‘Se algum de vós tiver um filho ou um boi que cair num poço, não o tirará logo, mesmo em dia de sábado?’ E a isto não puderam responder.”

Jesus cura o homem hidrópico em dia de sábado; gesto de imposição de mãos; fariseus observam em silêncio; luz dourada entra pela janela.

Reflexão:

O Evangelho de hoje revela a sabedoria e a compaixão de Cristo diante da rigidez dos fariseus. No sentido literal, Jesus cura um homem hidrópico — vítima de retenção e inchaço — no sábado, dia sagrado de repouso. Alegoricamente, o doente simboliza a humanidade oprimida pelo pecado e inchada pelo orgulho. O toque de Jesus manifesta a graça que liberta e devolve a leveza interior. Moralmente, ensina que o amor é o verdadeiro cumprimento da Lei; onde há necessidade e sofrimento, ali deve agir a misericórdia. No anagógico, esta cura prefigura o descanso eterno dos remidos, quando toda dor será aliviada e toda lei encontrará sua plenitude no amor divino.

Santo Agostinho explica que “quem sofre de hidropisia é quem deseja sem medida as coisas terrenas e se afoga nelas; só Cristo pode curá-lo” (Serm. 126). São Gregório Magno afirma que “a caridade não viola o sábado, mas o realiza, pois o verdadeiro descanso é a misericórdia” (Hom. in Ev. 32). E São João Crisóstomo ressalta que o silêncio dos fariseus denuncia corações endurecidos: “eles viam o milagre, mas temiam perder o prestígio” (Hom. in Matth. 41). O Catecismo recorda que o sábado foi feito para o bem do homem (CIC 2172) e que as obras de misericórdia são expressão viva da santificação do tempo (CIC 2447).

Jesus desmascara a hipocrisia dos que defendem a letra da lei, mas negam sua alma: a compaixão. Pergunta-lhes com simplicidade — e eles nada respondem. O silêncio da dureza contrasta com o gesto da graça. Ao tomar o homem pela mão, Cristo revela que a verdadeira religião toca e levanta. Ele cumpre a Lei, não pela frieza da regra, mas pelo calor do amor. Curar em dia de sábado é libertar para o repouso divino: o descanso da alma reconciliada com Deus.

A hidropisia espiritual ainda hoje se manifesta no coração preso ao egoísmo e às vaidades. Jesus quer curar também essas feridas. Sua mão estendida é convite à humildade, à leveza e ao perdão. Segui-lo é escolher a misericórdia como regra, e o amor como norma suprema. Assim, cada gesto de compaixão torna-se verdadeira observância da vontade divina, e o coração encontra o repouso do sábado eterno.


Pensamentos para Reflexão Pessoal:

  1. Tenho deixado que a compaixão prevaleça sobre o rigor e as convenções em minhas atitudes diárias?

  2. Que áreas da minha vida ainda estão “inchadas” de orgulho ou egoísmo e precisam do toque curador de Cristo?

  3. Como posso transformar o meu repouso e minhas práticas religiosas em obras vivas de misericórdia?


Mensagem Final:

Jesus revela que o amor é a plenitude da Lei. Sua mão que cura e levanta ensina que a verdadeira santidade está na misericórdia. O sábado de Cristo é o descanso do coração libertado. Deixemos o Senhor curar nossas durezas e inchaços espirituais. No amor que age e perdoa, encontramos o repouso da alma e a paz que vem de Deus.

Leitura Complementar:

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