O Banquete do Reino: Convite Irrecusável da Graça
- escritorhoa
- 4 de nov.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 04/11/2025 – Terça-feira
Evangelho: Lucas 14,15–24
“Naquele tempo, um dos que estavam à mesa disse a Jesus: Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus! Jesus, porém, lhe respondeu: Um homem deu um grande banquete e convidou muita gente. Na hora do banquete, mandou seu servo dizer aos convidados: Vinde, pois tudo está preparado. Mas todos, um por um, começaram a escusar-se. O primeiro disse: Comprei um campo e preciso ir vê-lo; peço-te que me dê por escusado. Outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; peço-te que me dê por escusado. Um terceiro disse: Casei-me e por isso não posso ir. O servo voltou e contou isso ao seu senhor. Então o dono da casa, irritado, disse ao servo: Sai depressa pelas praças e ruas da cidade e traze para cá os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. O servo voltou e disse: Senhor, fiz como ordenaste e ainda há lugar. O senhor respondeu: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga todos a entrar, para que a minha casa se encha. Pois eu vos digo: nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete!”

Reflexão:
Nesta parábola, Jesus revela a grandeza da misericórdia divina e a urgência da resposta à graça. O banquete simboliza o Reino de Deus, preparado para todos os que acolhem o convite do Senhor. Mas os primeiros convidados recusam: cada um se prende a seus interesses, às seguranças e prazeres terrenos. Assim, a voz do Evangelho é sufocada pelas preocupações do mundo. Santo Agostinho comenta: “Deus nos criou sem nós, mas não nos salva sem nós” (Sermo 169). O convite é gratuito, mas exige resposta livre e generosa.
A recusa dos primeiros convidados representa o fechamento do coração humano diante da graça. O Senhor, então, abre o banquete aos pobres e excluídos, revelando o amor preferencial de Deus pelos humildes. Como ensina São Gregório Magno: “O Senhor enche o Reino com aqueles que o mundo despreza, para confundir os soberbos que o rejeitam” (Hom. in Ev., XXXVI). O Evangelho é, portanto, convite universal: todos são chamados à comunhão com Deus, mas poucos se dispõem a deixar tudo por Ele.
O servo que convida representa a missão da Igreja, enviada a chamar todos os povos ao festim da salvação. As ruas e praças simbolizam o mundo, onde a Palavra precisa ser anunciada com ardor. O mandato “obriga-os a entrar” não significa força externa, mas o impulso do amor que persuade e atrai. O Senhor deseja sua casa cheia: o banquete da Eucaristia antecipa o festim eterno, e cada Missa é uma nova oportunidade de acolher o convite divino.
Negligenciar o chamado de Deus é perder o sentido da vida. Os que recusam o banquete se excluem da alegria eterna. Como recorda o Catecismo (CIC, 545): “Jesus convida os pecadores à mesa do Reino, mas exige a conversão do coração.” Cada cristão é, pois, chamado a responder hoje: diremos sim ou continuaremos a dar desculpas? O tempo da graça é agora; o banquete está pronto.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
Tenho recusado o convite de Deus por causa das preocupações e apegos do mundo?
Como posso acolher mais profundamente a graça que o Senhor me oferece hoje?
Tenho ajudado outros a descobrirem o convite de Deus para o banquete do Reino?
Mensagem Final:
O Senhor prepara um banquete de amor e misericórdia e chama a todos para participar. Felizes os que acolhem seu convite com coração aberto e generoso. Que não nos prendamos às ocupações passageiras, mas busquemos as coisas do alto. O Reino está preparado: o tempo de responder é hoje, com fé e gratidão.




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