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O Novo Que Exige Renovação

Liturgia Diária:

Dia 05/07/2025 - Sábado


Evangelho: Mateus 9,14-17

“Então os discípulos de João aproximaram-se dele e perguntaram: ‘Por que jejuamos nós e os fariseus, e teus discípulos não jejuam?’ Jesus lhes respondeu: ‘Podem os convidados das bodas estar de luto enquanto o noivo está com eles? Virão dias, porém, em que o noivo lhes será tirado, e então jejuarão. Ninguém coloca remendo de pano novo em roupa velha, pois o remendo repuxa a roupa e o rasgo fica pior. Nem se coloca vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas coloca-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.’”

Jesus ensina sobre o jejum com parábolas do vinho novo e dos odres, revelando a novidade do Reino, conforme Mt 9,14-17.

Reflexão:

O questionamento dos discípulos de João sobre o jejum revela uma tensão entre práticas religiosas antigas e a novidade trazida por Jesus. A resposta do Senhor, rica em simbolismo, nos convida a compreender o tempo da graça e a renovação interior necessária para acolhê-lo.

A presença do “noivo” é imagem nupcial da união entre Deus e seu povo, já presente em profetas como Oséias (cf. Os 2,19-20). Jesus é o Esposo divino (cf. Jo 3,29) que veio desposar a humanidade. Enquanto Ele está com os discípulos, é tempo de festa, não de luto. O jejum, expressão de penitência, encontrará seu momento quando o Noivo lhes for tirado — prenúncio da paixão e morte de Cristo.

Santo Tomás de Aquino explica: “Enquanto Jesus está presente corporalmente, não é conveniente que seus discípulos jejuem, mas com a sua partida, a disciplina da penitência se faz necessária” (Summa Theologiae, III, q. 147, a. 3). A vida cristã, portanto, articula tempos de júbilo e tempos de jejum, conforme o mistério pascal.

As duas imagens — o remendo novo em roupa velha e o vinho novo em odres velhos — ilustram a incompatibilidade entre o Evangelho e um coração não renovado. O Catecismo nos recorda que “a conversão é obra da graça de Deus que nos faz voltar para Ele de todo o coração” (CIC, 1432). Não basta aderir a práticas externas; é preciso um coração novo, capaz de acolher o Espírito.

Alegoricamente, o vinho novo é a Nova Aliança em Cristo; os odres novos, a vida transformada pela graça. Moralmente, somos chamados à autenticidade: não basta aparência de religiosidade; é necessário permitir que a graça reforme toda a nossa existência. Anagogicamente, essa renovação aponta para o Reino definitivo, onde tudo será plenamente novo (cf. Ap 21,5).

Em suma, Jesus nos convida a viver a fé como realidade viva e transformadora, onde a tradição se cumpre plenamente na novidade da sua presença redentora. Que não tentemos conter o vinho novo da graça em estruturas endurecidas de um coração velho.


Pensamentos para Reflexão Pessoal:

1. Tenho permitido que Cristo renove minha vida interior ou conservo “odres velhos”?

2. Minha vivência da fé reflete alegria nupcial ou rigidez formalista?

3. Como posso acolher com docilidade o novo que Deus quer realizar em mim?


Mensagem Final:

Cristo nos oferece o vinho novo da sua graça e nos convida a sermos odres novos: renovados na mente e no coração. Que nossa vida cristã não se prenda a formalismos, mas se abra à alegria do Evangelho. Acolher o Noivo é deixar-se transformar pelo amor que restaura tudo e conduz à verdadeira plenitude.

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