Perseverar na Oração: A Fé que Espera e Confia
- escritorhoa
- 15 de nov.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 15/11/2025 – Sábado
Evangelho: Lucas 18,1–8
“Naquele tempo, Jesus contou aos seus discípulos uma parábola para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre e nunca desistir. Havia numa cidade um juiz que não temia a Deus nem respeitava homem algum. Nessa mesma cidade havia uma viúva que vinha ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas, depois, pensou: Eu não temo a Deus nem respeito homem algum, mas esta vióva já me está cansando; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha, enfim, me importunar. E o Senhor acrescentou: Ouvi o que diz esse juiz injusto! E Deus não fará justiça aos seus eleitos que dia e noite gritam por Ele? Fará que esperem muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas, quando o Filho do Homem vier, encontrará fé sobre a terra?”

Reflexão:
Jesus narra a parábola da viúva persistente para ensinar que a oração perseverante é a expressão mais profunda da fé. A viúva, frágil e sem recursos, representa todos os que dependem unicamente de Deus. O juiz injusto simboliza o mundo frio e indiferente diante da justiça divina. Mesmo assim, a insistência da mulher obtém resposta, não por mérito do juiz, mas pela sua determinação inabalável. Se um juiz injusto cede diante da perseverança, quanto mais o fará o Deus de misericórdia que ama seus filhos. Santo Agostinho comenta: “A oração perseverante não muda a vontade de Deus, mas prepara o homem para acolher o que Ele quer conceder” (Epistola 130).
A fé autêntica não se mede pela rapidez das respostas, mas pela constância no confiar. O tempo da espera é também o tempo da purificação da intenção e do amadurecimento espiritual. Orar sempre não significa multiplicar palavras, mas manter o coração em constante união com Deus. A perseverança na oração é um ato de amor e de fé, mesmo quando o céu parece silencioso. O Catecismo (CIC, 2742) ensina: “A oração é uma necessidade vital; se não rezamos, morremos espiritualmente.”
O contraste entre a vióva e o juiz ressalta a paciência de Deus e a necessidade da confiança humana. A oração perseverante transforma o coração, tornando-o semelhante ao de Cristo, que rezava sem cessar e confiava plenamente no Pai. Como ensina São Gregório Magno: “Deus quer ser pedido, quer ser constrangido pela oração, não por necessidade, mas por amor” (Hom. in Ev., XVIII). Assim, cada fiel é chamado a ser como a vióva insistente: humilde, confiante e perseverante.
O final do Evangelho é um convite à reflexão: “Quando o Filho do Homem vier, encontrará fé sobre a terra?”. A fé perseverante é o verdadeiro tesouro que o Senhor espera encontrar. Ela é o dom que sustenta a Igreja e a faz permanecer firme até o fim. Perseverar é amar até o último instante.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
Tenho perseverado na oração mesmo quando Deus parece silencioso?
Minha fé se fortalece na espera ou enfraquece diante das dificuldades?
Como posso cultivar uma vida de oração constante, confiante e fiel?
Mensagem Final:
A oração perseverante é o respiro da alma fiel. Deus escuta o clamor dos que confiam n’Ele e nunca abandona quem persevera. Orar sempre é permanecer no amor, mesmo nas provas. Que nossa fé seja firme como a da viúva insistente, e nossa esperança constante, até que o Senhor venha em glória.




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