Vigilantes na Esperança do Reino
- escritorhoa
- 10 de ago.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 10/08/2025 - Domingo
Evangelho: Lucas 12,32-48
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Não tenhais medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar-vos o Reino. Vendei os vossos bens e dai esmola. Fazei para vós bolsas que não se estraguem, um tesouro inesgotável nos céus, onde o ladrão não se aproxima e a traça não destrói. Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Que os vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que esperam o senhor voltar de um casamento, para lhe abrir imediatamente, quando ele vier e bater à porta. Felizes os servos que o senhor, ao chegar, encontrar acordados! Em verdade vos digo: ele mesmo se cingirá, os fará sentar-se à mesa e os servirá. E, se vier à meia-noite ou já perto da madrugada, e assim os encontrar, felizes serão eles! Sabei bem: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não deixaria que arrombasse sua casa. Estai, vós também, preparados! Porque o Filho do Homem virá numa hora que não imaginais.” Então Pedro perguntou: “Senhor, esta parábola é só para nós ou também para todos?” E o Senhor respondeu: “Quem é, pois, o administrador fiel e prudente, que o senhor colocará à frente de seus servos, para distribuir a ração devida no tempo certo? Feliz aquele servo que o senhor, ao chegar, encontrar agindo assim! Em verdade vos digo: ele o colocará à frente de todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘Meu senhor está demorando’, e começar a bater nos servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá num dia inesperado e numa hora que ele não sabe, e o separará, destinando-lhe o mesmo destino dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade de seu senhor, não se preparou nem agiu conforme ela, receberá muitos golpes. Mas o que não conhecia e fez coisas dignas de castigo, receberá poucos golpes. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, mais ainda será pedido.”
Reflexão sobre o Evangelho:
O Evangelho deste domingo é um hino à esperança ativa e à vigilância fiel. Jesus encoraja seus discípulos com ternura: “Não tenhais medo, pequeno rebanho”. Ele revela o coração do Pai, que se alegra em conceder o Reino aos seus filhos. Não se trata de temor servil, mas da esperança segura que brota da confiança no amor divino (cf. Hb 11,1).
A exortação à vigilância se expressa em três imagens: os rins cingidos, as lâmpadas acesas e os servos despertos. Elas remetem à ênfase escatológica, comum no ensinamento de Jesus. O Catecismo afirma: “O Reino exige uma resposta radical: abandonar tudo por causa dele” (CIC 546). São Gregório Magno comenta: “Estar com os rins cingidos é manter a alma livre dos prazeres terrenos, e com a lâmpada acesa é cultivar a luz da fé e das boas obras” (Homilia in Evangelia, XIII).
A promessa de que o Senhor servirá os servos fiéis é uma revelação da humildade divina. É figura do banquete escatológico, a comunhão eterna com Deus. A parábola segue com o contraste entre o servo fiel e o infiel. O primeiro é aquele que administra os bens confiados com prudência e zelo; o segundo, que se entrega ao descuido, será severamente punido. Aqui se aplica a lei espiritual: “a quem muito foi dado, muito será exigido” (Lc 12,48).
O sentido anagógico do Evangelho aponta para a parusia, a segunda vinda de Cristo. Literalmente, trata da vigilância espiritual. Moralmente, chama à responsabilidade pessoal no uso dos bens e do tempo. Alegoricamente, o Senhor que volta é o Esposo que deseja a Igreja preparada e fiel.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Estou vigilante para reconhecer o Senhor em cada dia?
2. Como administro os dons que Deus confiou a mim?
3. Minha esperança está nas promessas eternas ou nas seguranças terrenas?
Reflexão sobre as Leituras do Dia:
Primeira Leitura: Sabedoria 18,6-9
Salmo: Salmo 32(33),1.12.18-19.20.22 (R. 12b)
Segunda Leitura: Hebreus 11,1-2.8-19 ou 11,1-2.8-12
Evangelho: Lucas 12,32-48 ou 12,35-40
A fé dos antigos, descrita em Hebreus, é a mesma que sustenta a Igreja em sua esperança. A noite da libertação no Egito é figura da salvação que Cristo nos trouxe. O salmista canta a providência divina que protege aqueles que o temem. O Evangelho chama a estar prontos, como servos que aguardam o retorno do Senhor. Tudo aponta para uma vida centrada na esperança da pátria celeste.
Mensagem Final:
A vigilância cristã é atitude de esperança e fidelidade. Somos chamados a viver cada dia como quem espera o Senhor que vem. Fé, serviço e prontidão são as vestes do cristão vigilante. Que nossas lâmpadas estejam acesas, e nossos corações voltados para o Reino, nossa verdadeira herança eterna.
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