A Oração Confiante e Perseverante
- escritorhoa
- 27 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de set.
Liturgia Diária:
Dia 27/07/2025 - Domingo
Evangelho: Lucas 11,1-13
"Um dia, Jesus estava rezando em certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu: "Senhor, ensina-nos a rezar, como João ensinou a seus discípulos." Jesus respondeu: "Quando rezardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; dá-nos o pão de cada dia; perdoa os nossos pecados, pois também perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixes cair em tentação."
E Jesus acrescentou: "Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite, dizendo: 'Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer'; e se o outro responder lá de dentro: 'Não me incomodes! A porta já está fechada, e meus filhos e eu já estamos deitados. Não me posso levantar para te dar os pães'; eu vos declaro: mesmo que ele não se levante por ser seu amigo, ao menos por causa da importunação ele se levantará e lhe dará o que for necessário.
Portanto, eu vos digo: Pedi, e vos será dado; procurai, e encontrareis; batei, e vos será aberto. Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá. Alguém de vós, que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ou, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!"

Reflexão sobre o Evangelho:
O Evangelho deste domingo apresenta a oração como o coração da vida cristã. Quando os discípulos pedem a Jesus que os ensine a rezar (Lc 11,1-13), recebem de um Mestre não apenas uma fórmula, mas uma atitude: confiar plenamente na bondade do Pai. O "Pai Nosso" resume essa espiritualidade filial, que reconhece a santidade de Deus, pede o essencial, suplica perdão e força contra o mal.
Jesus vai além, contando a parábola do amigo importuno para nos ensinar a perseverança na oração. "Pedi e recebereis" é promessa divina. A insistência, longe de ser falta de fé, é expressão do desejo profundo que confia na providência. Como ensina Santo Agostinho: "A oração fervorosa prepara-nos para receber o que Deus já quer dar" (Ep. 130, 8).
A conclusão de Jesus é extraordinária: Deus, nosso Pai, dará o Espírito Santo aos que o pedirem. A oração cristã não é mágica, mas relação pessoal. O Catecismo afirma: "A oração é a relação viva dos filhos de Deus com seu Pai" (CIC, 2565). Por isso, mesmo em meio às dificuldades, é preciso continuar a rezar com confiança.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Qual é a qualidade da minha oração? Persevero ou desanimo facilmente?
2. Confio realmente na bondade do Pai ao fazer meus pedidos?
3. Tenho pedido o dom maior: o Espírito Santo?
Reflexão sobre as Leituras do Dia:
Primeira Leitura: Gn 18,20-32
Salmo: Sl 137(138),1-2a.2bc-3.6-7ab.7c-8 (R. 3a)
Segunda Leitura: Cl 2,12-14
Evangelho: Lc 11,1-13
A oração como diálogo confiante com Deus une as leituras de hoje. Em Gênesis, Abraão intercede por Sodoma com ousadia e humildade. Sua oração perseverante revela a amizade com Deus, que escuta os justos (Gn 18,20-32). O Salmo 137 proclama a fé de quem clama e é atendido, exaltando a bondade do Senhor. São Paulo, em Colossenses, ensina que fomos sepultados com Cristo no batismo e nEle também ressuscitamos. A cruz apaga a dívida do pecado e nos reconcilia com Deus (Cl 2,12-14). A oração ensinada por Jesus é, pois, o meio pelo qual participamos dessa reconciliação. Ela não só suplica por bens materiais, mas principalmente pelo dom do Espírito, que nos transforma e nos une ao Pai. Como afirma São João Damasceno: "A oração é a elevação da alma a Deus" (De Fide Orthodoxa, III, 24).
Mensagem Final:
Jesus nos ensina a rezar como filhos que confiam no Pai. A oração perseverante abre-nos ao dom do Espírito Santo, que transforma nosso coração e fortalece nossa fé. Como Abraão, sejamos intercessores; como Jesus, orantes confiantes. Na oração, encontramos Deus que escuta, perdoa e ama sem medida.




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