A Glória Revelada no Rosto do Filho
- escritorhoa
- 6 de ago.
- 2 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 06/08/2025 - Quarta-feira
Evangelho: Lucas 9,28b-36
"Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte para orar. Enquanto orava, seu rosto mudou de aspecto e sua roupa ficou branca e brilhante. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, que apareciam revestidos de glória e falavam da sua partida, que iria cumprir-se em Jerusalém. Pedro e seus companheiros estavam com sono, mas, ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens ao lado dele. Quando estes se afastavam, Pedro disse: 'Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias'. Ele não sabia o que dizia. Enquanto ainda falava, veio uma nuvem e os cobriu com sua sombra. Ficaram com medo ao entrarem na nuvem. Da nuvem saiu uma voz que dizia: 'Este é o meu Filho, o Eleito; escutai-o!'. Depois da voz, Jesus ficou só. Os discípulos guardaram silêncio e a ninguém contaram, naqueles dias, o que tinham visto."

Reflexão:
Na festa da Transfiguração do Senhor, o Evangelho nos conduz ao monte santo, onde Jesus manifesta a glória de sua divindade diante de Pedro, Tiago e João. Enquanto orava, seu rosto se transfigura e suas vestes resplandecem, revelando que Ele é verdadeiramente o Filho de Deus. Esta visão antecipa a glória da ressurreição e fortalece os discípulos para o escândalo da cruz.
Santo Tomás de Aquino explica que "Cristo se transfigurou para manifestar aos discípulos a sua glória, segundo a promessa: 'alguns de vós não morrerão sem antes ver o Reino de Deus vindo com poder'" (S. Th., III, q.45, a.1). O Catecismo da Igreja afirma que a Transfiguração "antecipa a Ressurreição de Cristo" e "a nossa transfiguração nele" (CIC 556).
Moisés e Elias representam a Lei e os Profetas, que testemunham o cumprimento das Escrituras em Jesus. O tema central de sua conversa é a “partida” (em grego, êxodos), indicando que a cruz é o verdadeiro caminho da glória.
O sentido literal da passagem é a manifestação gloriosa de Cristo. Alegoricamente, é o Reino de Deus revelado. Moralmente, somos chamados à escuta obediente: "Este é o meu Filho, escutai-o". Anagogicamente, prefigura nossa participação na glória celeste.
Pedro quer permanecer ali, fixar-se na consolação espiritual. Mas a nuvem os cobre e a voz do Pai os orienta: o essencial é escutar o Filho, mesmo na escuridão. A fé não se alimenta apenas da luz, mas da escuta fiel.
Celebrar a Transfiguração é renovar nossa esperança no destino glorioso que nos aguarda. Pela oração, subimos com Jesus ao monte. Pela cruz, desceremos com Ele à glória.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Tenho escutado Jesus como o Filho amado do Pai em minha vida cotidiana?
2. Em quais momentos desejo "ficar na tenda" e evitar a cruz?
3. Como posso cultivar uma oração que me transfigure interiormente?
Mensagem Final:
Na Transfiguração, Jesus nos revela a glória do Filho amado. Somos chamados a escutá-lo e segui-lo, mesmo quando o caminho passa pela cruz. Subamos com Ele pela oração, confiantes de que, com Ele, seremos também transfigurados em glória. Esta é a nossa esperança eterna.
Comentários