O chamado que nasce da oração e cura multidões
- escritorhoa
- 9 de set.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 09/09/2025 - terça-feira
Evangelho: Lucas 6,12–19
Tradução própria
Naqueles dias, Jesus subiu à montanha para rezar; e passou a noite toda em oração a Deus. Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos:
Simão, a quem deu o nome de Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado Zelota; Judas, de Tiago; e Judas Iscariotes, que se tornou traidor.
Descendo com eles, parou num lugar plano; havia aí grande multidão de seus discípulos e numerosa gente de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e Sídon, que tinham vindo para ouvi-lo e serem curados de suas enfermidades; e os molestados por espíritos impuros ficavam curados. Toda a multidão procurava tocá-lo, porque saía dele um poder que a todos curava.

Reflexão:
Jesus passa a noite em oração e, ao amanhecer, chama e constitui os Doze. A lista nominal indica que a eleição é concreta, histórica, e nasce do diálogo do Filho com o Pai. Em seguida, Ele desce com os apóstolos e encontra a multidão, que O procura para ouvir e ser curada; “poder saía dele e a todos curava”. No sentido literal, Lucas mostra o fundamento apostólico da Igreja e a compaixão do Senhor que reúne, ensina e cura. A comunidade nasce assim: da oração, da chamada pessoal, da convivência com Jesus e de um envio que já se insinua no meio do povo.
No sentido alegórico, o monte significa a comunhão do Filho com o Pai; dali brota a nova Israel dos doze, sinal de que Cristo recapitula as tribos e inaugura o povo definitivo. A Igreja é apostólica porque está edificada sobre aqueles que Jesus escolheu e formou perto de si. O Catecismo recorda que Jesus reza antes das grandes decisões e que chamou os Doze para ser com Ele e enviá-los (CIC 2602; 551–552; 765). O poder que cura manifesta a proximidade do Reino: a palavra que ensina e a graça que sara caminham juntas, preparando o Discurso da planície.
No sentido moral, toda escolha cristã deve brotar da oração perseverante. Jesus discerne e chama pelo nome; também nós precisamos rezar antes de decisões, levando ao Pai pessoas e situações. A santidade apostólica começa ao pé de Jesus e se traduz em serviço concreto. Aproximemo-nos d’Ele com nossas enfermidades, pecados e fadigas; busquemos a Confissão, a Eucaristia e a caridade fraterna. São Gregório Magno observa que o Senhor primeiro forma os pregadores na intimidade, para depois enviá-los ao campo (Hom. in Evang.). Em casa, na paróquia e no trabalho, escutar, permanecer e servir tornam-se três verbos simples que configuram o discipulado e abrem espaço para a cura de muitos.
No sentido anagógico, essa multidão que toca o Senhor antecipa a reunião final de todos os povos, quando Deus será tudo em todos. O poder que sai de Jesus é penhor da vida eterna que esperamos. Maria, Mãe da Igreja, esteve em oração com os apóstolos; com ela, aprendamos a permanecer no Cenáculo para receber missão e coragem. Hoje, levemos nomes e histórias para a oração, e deixemos que Cristo nos toque nos sacramentos, para sermos, com simplicidade, canais de consolação, unidade e esperança, em cada passo diário.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Antes de decisões importantes, eu rezo com perseverança, apresentando nomes, fatos e afetos ao Pai?
2. Como posso “permanecer com Jesus” esta semana (Eucaristia, Palavra, caridade), para servir melhor?
3. Quem precisa do meu cuidado hoje para experimentar o toque curador do Senhor?
Mensagem Final:
Jesus ora, escolhe os Doze e desce à planície: a Igreja nasce da oração e serve entre os pobres. Aproximemo-nos de Cristo para ouvir e ser curados; apresentemos nomes e decisões ao Pai. Com Maria, permaneçamos junto do Senhor e deixemo-nos enviar. Hoje, sejamos presença que consola, une e testemunha esperança. No trabalho, família e paróquia, sirvamos com caridade hoje.




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