O sinal que já nos visita
- escritorhoa
- 13 de out.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 13/10/2025 - Segunda-feira
Evangelho: Lucas 11,29-32
Quando as multidões se reuniam, Jesus começou a dizer: “Esta geração é má; busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado senão o sinal de Jonas. Pois, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem será para esta geração. A Rainha do Sul se levantará, no juízo, com os homens desta geração e os condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão. Os homens de Nínive se levantarão, no juízo, com esta geração e a condenarão, pois se converteram com a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas”.

Reflexão:
Jesus denuncia a geração que pede sinais extraordinários, enquanto ignora a presença do próprio Deus no meio dela. No sentido literal, Ele recorda Jonas e Salomão: os ninivitas converteram-se com a pregação do profeta, e a Rainha do Sul percorreu longas distâncias por sabedoria; aqui, porém, está alguém maior do que Jonas e Salomão. Portanto, o verdadeiro sinal é a pessoa de Cristo, sua Palavra eficaz, cuja autoridade convoca à conversão hoje, sem adiar.
Alegoricamente, Jonas aponta para a Páscoa: três dias no ventre do grande peixe prefiguram a morte e ressurreição do Senhor. Cristo é o Sinal que desce às profundezas e volta dando vida. Moralmente, a pregação provoca um movimento concreto: escutar, crer, fazer penitência, reparar. Anagogicamente, o juízo virá; os ninivitas e a Rainha do Sul serão testemunhas contra a tibieza que resistiu à luz. Quem se converte participa da alegria do Reino.
Os Padres ajudam a interpretar. Santo Agostinho ensina que Deus não deve sinais a curiosos, mas concede luz aos que obedecem: “crê para compreender” (Serm. 43,7). São João Crisóstomo adverte que milagres sem conversão endurecem; a pregação, porém, fere o coração e cura a raiz (Hom. in Matth. 43). São Tomás explica que a fé se apoia na autoridade de Deus que revela, confirmada por sinais ordenados à salvação, não ao espetáculo (STh II-II, q.1, a.4).
Aplicação pastoral: discernir as buscas de “sinais” que mascaram fuga da conversão — curiosidade religiosa, dependência de novidades, expectativas mágicas. O Sinal está na Palavra proclamada, na Eucaristia, nos pobres, na vida sacramental. Caminhos: escutar com docilidade; confessar pecados concretos; reparar relações feridas; praticar jejum discreto; dedicar tempo à lectio divina; assumir compromissos estáveis de caridade. Quem responde ao hoje de Deus torna-se, ele mesmo, sinal humilde e credível para os outros.
Na vida espiritual, duas tentações persistem: pedir provas sem disposição de obedecer e adiar decisões necessárias. O Evangelho combate ambas. O “mais que Jonas” fala hoje pela Igreja: no púlpito, no confessionário, na mesa eucarística. Acolhamos o apelo enquanto é tempo. Com Maria, ouvinte e guardadora, supliquemos coração contrito, inteligência dócil e passos prontos, para que cidades e famílias experimentem a paz que nasce da conversão. Então, quando o Juiz vier, não nos acusarão os ninivitas nem a Rainha do Sul; antes, reconheceremos, alegres, o Senhor que visitou nossa história, adoraremos em espírito e verdade, porque sua misericórdia nos alcançou e transformou, fazendo-nos testemunhas do Reino.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Que “sinal” tenho exigido de Deus para obedecer, e que passo concreto de conversão posso dar hoje?
2. Como a Palavra proclamada no domingo se torna penitência, reparação e caridade na minha semana?
3. Onde posso ser sinal humilde e credível do Evangelho no meu ambiente habitual?
Mensagem Final:
Peçamos um coração dócil ao Sinal que é Cristo. Convertamo-nos hoje, sem exigir provas, acolhendo sua Palavra, a Confissão e a Eucaristia. Deixemos curiosidades vazias e pratiquemos caridade concreta. Com Maria, guardemos o apelo do Senhor. Assim, seremos sinais humildes de misericórdia, e muitos reconhecerão em nós a presença do Reino. Hoje, escolha penitência, reconciliação, escuta, serviço e esperança perseverante.




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