Pai, ensina-nos a orar
- escritorhoa
- 8 de out.
- 3 min de leitura
Liturgia Diária:
Dia 08/10/2025 - Quarta-feira
Evangelho: Lucas 11,1-4
Aconteceu que Jesus estava orando em certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos”. Ele lhes disse: “Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; dá-nos cada dia o pão necessário; perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos deixes cair em tentação”.

Reflexão:
O Evangelho mostra Jesus orando e um discípulo suplicando: “ensina-nos a orar”. No sentido literal, o Senhor entrega a oração dos filhos: chamamos Deus de Pai, santificamos seu Nome, pedimos o Reino, o pão cotidiano, o perdão e a firmeza na tentação (cf. CIC 2759-2763). Alegoricamente, o Pai-Nosso é síntese da Boa-Nova: o Filho nos introduz na própria relação com o Pai, no Espírito, para que sua vontade se cumpra em nós e no mundo (cf. CIC 2766). Moralmente, a oração educa desejos e afeições: pedimos o necessário, perdoamos para ser perdoados, combatemos o mal com vigilância humilde. Anagogicamente, invocamos a plena vinda do Reino e ansiamos pela santificação perfeita do Nome na Jerusalém celeste (cf. CIC 2858).
Santo Agostinho ensina que tudo quanto legitimamente pedimos está contido no Pai-Nosso (Carta 130,12). São João Crisóstomo comenta que dizer “Pai” é confessar adoção e fraternidade, afastando a soberba e a inveja (Hom. in Matth. 19). São Tomás explica que as petições ordenam a vida cristã: primeiro Deus e seus bens, depois nossas necessidades (STh II-II, q.83, a.9). Assim, rezar é deixar-se configurar a Cristo, cuja respiração é “Abba, Pai!”.
“Pai, santificado seja o teu nome”: pedimos que Deus seja conhecido e amado em nós por vida santa. “Venha o teu Reino”: clamamos por conversão, missão e justiça. “Dá-nos cada dia o pão necessário”: pedimos sustento do corpo e, sobretudo, o Pão vivo da Eucaristia, sem o qual enfraquecemos no caminho (cf. CIC 2835; 2837). “Perdoa-nos… pois também perdoamos”: acolhemos a misericórdia e nos tornamos canais dela, reconciliando-nos sem reservas. “Não nos deixes cair em tentação”: suplicamos força na prova e libertação do Maligno (cf. CIC 2846-2854).
Aplicação: reservar tempos diários para a oração, rezar lentamente o Pai-Nosso, unindo cada petição a situações concretas; aproximar-se da Reconciliação; reparar ofensas; cultivar simplicidade nas necessidades; participar da Eucaristia; vigiar pensamentos e afetos. O Pai-Nosso sustenta famílias, catequistas, ministros e trabalhadores, purificando intenções e fortalecendo a caridade. Rezar juntos — casa, paróquia, grupos de oração — dá forma eclesial à súplica e alimenta a esperança. Maria, Mãe do Senhor, ensina-nos a guardar e meditar no coração, perseverando na oração confiante. Com o Espírito, clamemos: Pai!
Quando a rotina pesa e a distração dispersa, retornemos a esta oração breve e imensa: nela somos filhos, irmãos e missionários; aprendemos a pôr Deus em primeiro lugar, a confiar o pão, a perdoar de coração e a resistir firmes ao mal.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Em que momento do meu dia vou rezar, com calma, o Pai-Nosso aplicado às situações concretas?
2. A quem preciso perdoar hoje para rezar com verdade: “assim como nós perdoamos”?
3. Que tentação concreta devo vigiar, pedindo humildemente a força do Pai?
Mensagem Final:
Jesus nos ensina a rezar como filhos: santificar o Nome, buscar o Reino, pedir o pão, acolher perdão e firmeza na prova. Reze o Pai-Nosso com calma, unindo cada petição à vida. Procure a Reconciliação e a Eucaristia. Perdoe hoje alguém. No Espírito, diga: Pai! Confie suas necessidades ao Pai misericordioso e sustente irmãos com caridade perseverante, corajosa e fiel.
Leitura Complementar:
Para aprofundar na Oração do "Pai Nosso", Leia nosso artigo: O Coração da Oração Cristã: Um Estudo do "Pai Nosso" segundo Santo Tomás de Aquino




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